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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41549
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Title: | De mucama a empregada doméstica: a trajetória da mulher negra no mercado de trabalho brasileiro. |
Authors: | NASCIMENTO, Alynne Sylvana da Rocha Alves de Freitas |
Keywords: | Negras - Aspectos sociais; Empregadas domésticas – Brasil; Negras - Emprego precário; Mercado de Trabalho - Brasil; Setor informal (Economia) - Empregados |
Issue Date: | 21-Aug-2014 |
Citation: | NASCIMENTO, Alynne Sylvana da Rocha Alves de Freitas. De mucama a empregada doméstica: a trajetória da mulher negra no mercado de trabalho brasileiro. Caruaru: O Autor, 2014. |
Abstract: | No século XVI, após a escolha do açúcar como produto para a ocupação do Brasil, a obtenção de mão de obra, foi desde então a grande inquietação. Intrínseco a monocultura, estava imposto o trabalho escravo. Assim, todo e qualquer trabalho deveria ser feito por mãos de escravos. Mas a questão da liberdade individual era inscrita como condição inerente ao mundo civilizado, o problema é que a escravidão não estava desgastada no Brasil, nem ao menos havia sido reduzido o tráfico, antes, intensificou-se o tráfico de africanos escravizados para o Brasil. A forma como aconteceu à abolição no Brasil foi gradualista, onde os imigrantes europeus eram vistos como substitutos dos escravos, no trabalho braçal, melhorado a população brasileira, através do branqueamento e, por serem altamente civilizados, ajudariam o homem branco brasileiro, a adquirir costumes mais polidos. Eram vistos como necessários e regeneradores para todos. O fato, é que a abolição não garantiu direitos a esses homens e, mulheres, que sem qualificação e carregando sob sua pele a conotação de inferioridade, pouco espaço dispunham para trabalhar, senão, em postos braçais, mal remunerados e, sem nenhuma perspectiva de ascensão. Tão arraigado era o racismo no Brasil, que se tornou natural. E se natural, não é racismo. Assim, ser negro no Brasil, representou desde sempre um problema. O trabalho feminino no Brasil, sempre esteve associado ao trabalho doméstico. Assim o elevado percentual de mulheres ocupadas no serviço doméstico, às precárias relações de trabalho deste setor, e sua alta taxa de informalidade, são resquícios de uma sociedade escravagista, cujas situações de dependência e violência são corriqueiras. A informalidade, também agrava este problema intragênero. Em suma, este fenômeno racial no trabalho doméstico, surge pela construção de um cenário de desigualdade, o qual é desregulado, exige pouca qualificação e, possui baixos salários, cuja precarização do emprego e, renda, associados ao serviço de saúde de baixa qualidade, faz com que a expectativa de vida da mulher negra, seja inferior à das mulheres brancas. Esse dado evidencia a real importância desta questão intragênero, onde esse fenômeno social traz prejuízo não só econômico, mas principalmente para a qualidade de vida da mulher negra. A vista disso, a PEC das domésticas, muito mais que regula o setor, traz qualidade de vida a trabalhadora e, maior reconhecimento a esta classe, que durante séculos foi vista como inferior. A PEC traz o benefício da formalidade á empregada doméstica e, consequente uniformização dos salários entre brancas e negras, todavia, as diaristas não desfrutarão desse benefício, e na informalidade, a mulher negra, recebe cerca da metade do rendimento da mulher branca. Assim, mesmo depois da PEC, as diaristas continuarão na situação de precariedade, há uma perpetuação do gueto, enfim, as relações continuam impregnadas dos mesmos valores, que se exprimem da desumanização das relações de trabalho. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41549 |
Appears in Collections: | TCC - Ciências Econômicas - Bacharelado |
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