A influência da crise econômica mundial no segundo governo de Luís Inácio Lula da Silva e primeiro governo de Dilma Rousseff: uma análise das políticas fiscal, monetária, educacional e de saúde.

Abstract

A crise financeira global de 2008, também conhecida como crise do Subprime, consequência do processo de financeirização e a autorregulação dos mercados, baseado na teoria econômica neoliberal. Para tanto, foram necessárias medidas de caráter anticíclico, com grande atuação do Banco Central e políticas monetária e fiscal expansionistas. Sendo destacada a inflexão teórica das medidas do governo Luís Inácio, implementada a partir de 2006, e sendo seguida no governo Dilma Rousseff, recebendo o nome de novo-desenvolvimentismo, derivado da corrente econômica desenvolvimentista mais influente na América Latina entre 1930 e 1980 e responsável por elevado crescimento econômico. Contando com características de redistribuição de renda e dando ao Estado um caráter investidor. Dessa forma, este trabalho busca analisar as políticas utilizadas no segundo governo de Luís Inácio e durante o primeiro mandato da presidenta Dilma, indicando a continuidade e as diferenças das ações nas políticas monetária, fiscal, educacional e de saúde, responsáveis por grande impacto na economia. Destacando a maior tolerância à inflação, mesmo seguindo o tripé macroeconômico adotado por Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio, além da continuidade das medidas de universalização do sistema educacional e do Sistema Único de Saúde, como também a prática de artimanhas contábeis como forma de alterar resultados fiscais do Estado praticados no primeiro governo Dilma. Por fim, abordam-se o caráter positivo das políticas educacional e de saúde, que possuíram diagnósticos bem elaborados e metas a serem alcançadas, mas que sofreram com a falta de recursos além da morosidade das ações.