O uso de jogos didáticos no ensino de química orgânica: uma proposta para deficientes visuais.

Abstract

O ensino de química necessita de permanentes estudos a fim de se encontrar sempre novas metodologias e abordagens para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem. Quando esse foco é voltado para os deficientes visuais, percebe-se que pouco material é produzido, principalmente no Brasil. Poucos são os trabalhos direcionados ao aluno cego que deseja aprender química, principalmente pela necessidade de produção de materiais alternativos e adaptados. Os jogos didáticos se mostram então uma alternativa viável para promover a inclusão de um estudante cego, permitindo seu aprendizado e a integração com a comunidade escolar. Diante disso, este trabalho teve como objetivo desenvolver um jogo didático para trabalhar Funções Orgânicas de modo inclusivo, intitulado “Cadê a função?”. O jogo proposto é direcionado aos alunos do ensino médio e tem como objetivo promover a inclusão, permitindo que todos possam jogar, tanto alunos cegos quanto os normovisuais (videntes). Em termos pedagógicos, pretende abordar as potencialidades no ensino de química orgânica correlacionando o conteúdo proposto com o cotidiano dos alunos, já que as moléculas escolhidas para o jogo têm relação com sabores, aromas, sensações, etc, propiciando também entendimento para o aluno deficiente visual. O jogo é composto por três conjuntos de cartas (objetivo, função e estrutura) e um tabuleiro que serve para dar suporte as cartas. Em cada carta as principais informações estão também em escrita braile. O vencedor será quem primeiro cumprir todos os objetivos indicados na respectiva carta. Em síntese, o jogo proposto tem como função promover a inclusão na sala de aula entre os alunos cegos e os videntes e auxiliar na compreensão do conteúdo de funções orgânicas, tendo em vista que é um conceito que apresenta maior dificuldade para deficientes visuais por ser, como toda a ciência química, bastante visual.