Saúde emocional e física no ambiente docente: um olhar voltado aos professores de instituições públicas do ensino fundamental de um Município da Zona da Mata Pernambucana.

Abstract

A educação é um dos grandes fatores de desenvolvimento humano. A escola é um espaço onde os indivíduos desenvolverão atribuições relevantes para o convívio em sociedade e o professor possui uma importância vital nisto. Infelizmente, durante suas vivências profissionais, ele pode se deparar com variadas realidades e condições adversas de trabalho e tais condições podem resultar em agravos, como o estresse e a Síndrome de Burnout. O objetivo geral do presente trabalho foi traçar um perfil sobre a saúde emocional e física apresentada por professores que lecionam o Fundamental e correlacionar esse perfil com as condições favorecedoras à Síndrome de Burnout. Os objetivos específicos foram: fazer o levantamento de possíveis sintomas de Burnout em professores de rede pública do ensino fundamental de um município da Zona da Mata Pernambucana; Identificar agentes de estresse associados à atividade ocupacional dos entrevistados; Identificar possível relação entre as características Sociodemográficas e os sintomas da Síndrome de Burnout; Realizar uma análise comparativa entre o perfil resiliente apresentado pelos participantes e os índices de Burnout investigados. Para tanto, utilizamos três questionários contando com a participação de 50 professores: O primeiro, adaptado de Brito (2017), investigou os aspectos Sociodemográficos dos participantes; O segundo foi sobre Resiliência, extraído de Chaves (2010) e; o terceiro e último questionário foi o Maslach Burnout Inventory (MBI) extraído de Lautert (1995), utilizado para investigar a existência do Burnout em seus participantes. Os nossos achados apontaram que 78% dos professores apresentaram escores médios ou elevados da Síndrome para alguma das três dimensões estudadas (“Exaustão Emocional”, “Despersonalização” e “Realização Pessoal”). Encontramos correlações entre as variáveis sociodemogáficas e Burnout, tais como “Idade” e “Realização Pessoal”, “Carga Horária Semanal” e “Exaustão Emocional”, “Sexo” e “Despersonalização”. Em relação à Resiliência, não houve participantes que apresentaram características de Resiliência Baixa. Observamos que os docentes de ambas as escolas apresentaram pontuação geral de 55,16 pontos, sendo compatível com a Resiliência Média-Alta, o que sugere, ao menos em nossa amostra, não haver correlações significativas entre os índices de Burnout e os de Resiliência. Ao término do presente trabalho, podemos mencionar quão rica e complexa foi a investigação do tema proposto e o quanto contribuiu, em nós, para uma formação não apenas profissional, mas também humana. Esperamos ter despertado nos participantes uma preocupação maior com a qualidade de vida, com efeitos diretos na sua atuação docente. Sugerimos que temáticas como essa sejam aprofundadas, quem sabe por nós em outra ocasião, e/ou por outros pesquisadores, inclusive longitudinalmente. Não podemos esquecer, ainda, que o foco na prevenção necessita existir, pois será possível acompanhar a existência, ou não, de mudanças na postura dos envolvidos, com ganhos diretos na saúde integral deles.