Consumo de alimentos ultraprocessados por crianças com transtorno do espectro autista

Abstract

Indivíduos com TEA geralmente apresentam dificuldades no comportamento alimentar, tais como indisciplina durante as refeições e seletividade alimentar, visto que são aspectos que podem levar a riscos nutricionais. Alimentos ultraprocessados têm participação crescente na dieta das crianças com TEA e consequentemente podem acarretar prejuízos à saúde. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados por crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidas pelo Núcleo de Apoio Multidisciplinar ao Neurodesenvolvimento Infantil da cidade da Vitória de Santo Antão - PE. Trata-se de um estudo descritivo e transversal, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco - CAAE: 87546818.3.0000.5208. O estudo foi realizado no período de junho a setembro de 2018. A coleta de dados foi feita com 30 famílias de crianças com TEA na faixa etária de 3 aos 10 anos, através de questionários contendo informações a respeito das condições socioeconômicas, demográficas e do consumo alimentar das crianças, os quais foram respondidos pelos responsáveis. A análise da frequência do consumo de ultraprocessados deu-se por meio de um QFA (Questionário de Frequência Alimentar) específico para a faixa etária das crianças e para o público analisado. Foi verificada uma maior frequência de crianças do sexo masculino 90,0% (n=27) e menores de 6 anos 63,3% (n=19). Quanto ao consumo de alimentos in natura e minimamente processados dos dez alimentos mais consumidos, em primeiro lugar esteve o arroz cozido, tendo um consumo diário pelas crianças, já os três últimos foram a laranja, o tomate e a carne, sendo consumido por aproximadamente 1x/ semana, em que de acordo com os escores são classificados como pouco frequentes. Referente aos dez alimentos processados e ultraprocessados mais consumidos, em primeiro lugar estava o biscoito sem recheio, com maior média de escore (3,87), assim foi considerado como muito frequente, em contrapartida o décimo mais consumido foi o frango frito, considerando como pouco frequente. Portanto, pode-se concluir que o estudo apontou um baixo consumo de frutas e verduras. Em contrapartida foi visto uma alta frequência de alimentos processados e ultraprocessados na alimentação dessas crianças.