Prevalência de insatisfação corporal e comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares entre universitários da área de saúde

Abstract

O presente estudo teve por objetivo investigar a prevalência de insatisfação corporal e comportamentos de risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TAs) entre universitários da área de saúde. Este estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, de caráter transversal, natureza básica e objetivo descritivo. Essa investigação foi realizada com universitários de ambos os sexos, maiores de 18 anos, regularmente matriculados nos cursos de Nutrição e Educação Física (Bacharelado e Licenciatura) da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória. Para a coleta de dados foram utilizados questionários autoaplicáveis, já validados nacionalmente e internacionalmente que foram adaptados a uma aplicação online por meio do software de formulários Google Forms. A coleta levou em consideração dados socioeconômicos (idade, sexo, curso e período) e antropométricos (peso, altura, para cálculo de Índice de Massa Corporal - IMC) para que fosse possível, inicialmente, construir o perfil dos universitários. Com relação a identificação da presença de comportamento alimentar inadequado nos universitários, utilizou-se o Eating Attitudes Test – EAT-26, já no que concerne a avaliação da percepção corporal foram utilizados: Body Shape Questionnaire – BSQ e Escala de Silhueta de Stunkard. Os dados foram tabulados e organizados no software de planilhas Microsoft Excel, versão 2016, enquanto as análises estatísticas foram realizadas através do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 13.0, em que o nível de significância a ser adotado foi de 5%. Dos 112 universitários participantes, 64,3% apresentaram estado nutricional eutrófico, 2,7% foram classificados com baixo peso e 33,1% com excesso de peso (sobrepeso e obesidade). A partir disso, pôde-se identificar que a prevalência de comportamentos de risco para Transtorno Alimentar (TA) de Anorexia Nervosa (AN) chegou a 7,1%. Com relação ao BSQ, 31,2% dos participantes apresentaram algum grau de preocupação/insatisfação com o corpo, enquanto que na escala de silhuetas, a prevalência de insatisfação corpórea foi de 78,5%. Desse total, 46,4% dos universitários estavam insatisfeitos pelo excesso de peso. Com isso, pode-se concluir que os participantes apresentaram baixa prevalência de comportamentos alimentares inadequados considerados de risco para TA de AN, e elevada prevalência de insatisfação com o corpo, principalmente devido ao excesso de peso. Não houve diferenças significativas entre os cursos. Apesar disso, entende-se que é imprescindível que haja um aprofundamento com relação a prevalência de insatisfação com o corpo e dos Transtornos Alimentares e sua ligação com os futuros profissionais de saúde. Assim, sugere-se que estudos futuros avaliem outras variáveis comportamentais relacionadas à imagem corporal que não foram consideradas nesta pesquisa tais como: nível de atividade física, consumo alimentar, influência das mídias sociais na imagem corporal e o desencadeamento dos Transtornos Alimentares e o nível socioeconômico.