Análise da dimensão morfológica de mulheres com diabetes mellitus tipo 2

Abstract

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é classificada como uma doença metabólica, multifatorial, que tem como característica resistência à insulina e hiperglicemia, as quais são decorrentes de uma disfunção na ação e/ou secreção da insulina. Essas mudanças metabólicas implicam em alterações morfológicas que ocorrem com o tempo de exposição à doença. Uma forma de acompanhar as modificações associadas a essas alterações é a avaliação da dimensão morfológica, por meio da antropometria e de medidas da composição corporal. Este trabalho buscou analisar a dimensão morfológica de mulheres com diagnóstico de DM2, comparando-as com seus pares, sem diagnóstico. Os dados de DM2 foram retirados a mulheres acima de 40 anos do grande Recife-PE, as quais foram estratificadas em quatro faixas etárias, a cada 10 anos, até acima de 70 anos, e cinco faixas de tempo de diagnóstico. Foram realizadas as medidas de peso, estatura, perímetros (cintura, quadril, perna direita e perna esquerda) e composição corporal (conteúdo mineral ósseo, massa gorda e massa muscular). A caracterização da amostra foi estabelecida pelas médias, desvios padrão e valores mínimos e máximos. O intervalo de confiança adotado para todas a análises foi de 95%. Inicialmente foi realizado o teste T, para verificar diferença entre os grupos, seguido por uma ANOVA, para comparar os diferentes estratos em cada grupo. Em seguida, as mulheres foram classificadas de acordo com o Dexa-compograma e verificada a frequência relativa para cada escore Z e verificadas as diferenças percentuais entre os grupos, por escore Z. Por fim foi realizado um Qui-quadrado para verificar a prevalência de ativas e inativas em cada grupo. As mulheres diabéticas, com mais de 70 anos apresentaram diminuição da massa gorda, com relação às duas primeiras faixas etárias (p=0,000 e p= 0,002, respectivamente), além de menor percentual de gordura nessa faixa etária (p=0,006). Por sua vez, o estrato acima de 70 anos apresentou maior massa muscular apendicular (p=0,001) e maior percentual de massa muscular (p=0,034), com relação ao estrato de 40 a 49 anos. Assim como maior massa muscular de membros inferiores no primeiro estrato (p=0,045) e maior percentual de massa muscular de membros inferiores no último estrato (p=0,034). Os índices antropométricos se mostraram os parâmetros mais eficazes para o acompanhamento do estado nutricional de mulheres com DM2.