Mulheres feministas com deficiência física : o corpo como linguagem social

Abstract

Tradicionalmente, a deficiência é um campo mais estudado pelos pesquisadores de saúde, envolvendo as áreas médica, biomédica e de educação. Apenas recentemente vem chamando atenção dos pesquisadores de ciências humanas e sociais. Atualmente há principalmente dois modelos que analisam a deficiência. O modelo médico se concentra na lesão, enquanto o social foca no contexto socioeconômico e histórico. Já os estudos feministas acrescentam a esta análise as particularidades de ser uma mulher com deficiência, o cuidado, a dependência e interdependência, entre outros. Tendo em vista que não é possível a separação do corpo das emoções, a construção da subjetividade do ser sofre muita influência de como a pessoa vê seu corpo, de como ele é visto e tido pelos outros, pela sociedade. Em especial, ser mulher ainda marca um dever-ser específico, tanto de corpo, quanto de comportamento. As feministas lutam contra esses padrões e buscam uma libertação do corpo. Assim, a proposta deste trabalho é analisar o que significa e se é um significante ser uma mulher feminista com deficiência física, explorar a relação do feminismo com o corpo, a interação entre discurso político e vivência em um corpo com deficiência, observar como o feminismo influencia na identidade destas mulheres e como outros marcadores sociais (como raça, classe social e expressão sexual) influenciariam este processo e vice-versa, tendo como base as experiências e trajetórias de vida destas mulheres.