Avaliação de camada de cobertura em mistura de solo e matéria orgânica compactados não saturados

Abstract

A emissão incontrolada de gases em aterros de resíduos urbanos localizados próximos a zonas urbanas é um problema socioambiental comum nas grandes cidades brasileiras. Diversos impactos ambientais a níveis local e global podem ser gerados a partir da contaminação do ar atmosférico através do biogás proveniente da decomposição dos resíduos sólidos urbanos. No Brasil, os municípios de pequeno porte se mostram em um percentual de 90%, com população inferior a 50.000 habitantes segundo o censo do IBGE de 2011, e a maioria dos aterros no país são cobertos com solo argiloso, puro. Os aterros executados com solo puro podem chegar até 60% de retenção do metano, sendo os outros 40% dispersos pela atmosfera. Diante desses dados a camada de cobertura oxidativa ganha espaço de estudo, visando reduzir esse percentual disponível para a atmosfera, liberando, no lugar do metano, gás carbônico, que é cerca de 20 vezes menos poluente do que o mesmo. Esse trabalho exibe resultados de estudos das características do solo usado na camada de cobertura oxidativa do aterro experimental de resíduos sólidos urbanos (RSU), construído na Muribeca-PE localizada no Brasil, com apoio do Grupo de Resíduos Sólidos (GRS) que fica na Universidade Federal de Pernambuco, através dos ensaios laboratoriais de sucção (com a determinação da curva característica), granulometria e permeabilidade. A sucção foi objeto de estudo, assim como os outros ensaios, a partir da divisão da prospecção de uma camada de cobertura oxidativa de 60cm em metade superior (0.1m a 0.3m) e metade inferior (0.4m a 0.6m). Serão, portanto, apresentadas consequências da lixiviação de materiais finos após 5 anos da finalização do aterro, que fez com que sua permeabilidade aumentasse. Quanto à sua umidade, fica mais retida na parte superior, com uma diferença da ordem de 8%, que possui o composto, ficando a sua sucção maior na superfície. Esses resultados mostraram a eficiência da camada de cobertura oxidativa, na retenção de água das chuvas, sabendo-se do baixo custo em relação às demais camadas de cobertura, oferecendo maior abrangência dessa camada como escolha de solução para a correta disposição dos rejeitos.