Comportamento de misturas de solo e composto orgânico para dimensionamento de camadas de cobertura de depósitos de resíduos sólidos urbanos

Abstract

Os aterros sanitários e lixões a céu aberto são responsáveis por um teor considerável de gases tóxicos emitidos na atmosfera. Dentre os gases mais preocupantes emitidos nesses locais e altamente associados ao efeito estufa, estão o gás carbônico e o metano, sendo o último cerca de 21 vezes mais nocivo nesse aspecto. Daí, é necessário mitigar principalmente as emissões de gás metano na atmosfera em atendimento aos protocolos internacionais e também à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Assim, um mecanismo promissor é, atualmente, a oxidação do gás metano através de camadas de cobertura alternativas com adição de material compostado, uma vez que isso possibilita que parte do metano que seria emitido para a atmosfera seja convertido em água, CO2 e biomassa pelo potencial microbiológico do composto orgânico. Dessa forma, este trabalho busca implementar camadas de cobertura com misturas de solo e material compostado para atender aos critérios de emissões de metano na atmosfera e viabilizar o emprego de material compostado. Para isso, foram realizados ensaios de coluna para verificar, em laboratório, o desempenho de duas camadas de cobertura de solos misturados com composto orgânico em proporções volumétricas de 1:1 perante o fluxo de gases. Um dos solos que foram misturados com composto orgânico possui características predominantemente siltosas, que foi extraído da jazida utilizada na cobertura do Aterro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes – PE, já o outro solo possui características arenosas, coletado nas proximidades de Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE, em Caruaru - PE e o composto orgânico foi adquirido no Jardim Botânico da cidade do Recife – PE. Além da caracterização dos solos puros e das misturas em proporções volumétricas de 1:1 utilizadas, foram caracterizadas também misturas 2:1 (solo:composto orgânico) para avaliar a influência da quantidade de composto orgânico em cada material. Ambas as misturas empregadas nos ensaios de coluna apresentaram microrganismos metanotróficos por meio de ensaios microbiológicos e reduziram de forma significativa as emissões de gás metano de forma a mostrar uma alternativa de redução de emissões.