Formação Humana e Identidades LGBTQ+: Algumas considerações sobre a relevância das temáticas na Educação sob o ponto de vista de licenciandos do Curso de Matemática-Licenciatura - UFPE

Abstract

É indispensável encarar a Educação enquanto instância capaz de instigar uma transformação social, principalmente ao contemplar a Formação Humana. Contudo, estamos inseridos em uma realidade acadêmica que supervaloriza o desenvolvimento cognitivo dos alunos, em detrimento de demais aspectos considerados igualmente importantes à completude do ser humano. Para tanto, há de haver um comprometimento das Instituições e dos docentes, principalmente se levarmos em consideração algumas dimensões, como a dimensão de gênero e a da sexualidade, que evocam certa polêmica em nossa sociedade. O nosso estudo se justifica pela necessidade e importância de reconhecermos as Identidades LGBTQ+ enquanto aspectos inerentes à Formação Humana, sob a perspectiva da abordagem da Multidimensionalidade do Ser. Reconhecemos a escola enquanto um dispositivo normalizador que constitui seres humanos sob uma perspectiva heterocisnormativa em quaisquer salas de aulas, incluindo a de Matemática. Nesse caminho, traçamos, como objetivo geral: Analisar a percepção de um grupo de graduandos do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus Agreste (CA) sobre o objetivo da Educação em relação à Formação Humana e às Identidades LGBTQ+. A nossa pesquisa se caracteriza como qualitativa, descritiva e exploratória e utilizamos um questionário como instrumento de coleta, produção e constituição de dados, divulgado através da plataforma do Google Forms, contando com a adesão de 20 participantes. De maneira geral, a maioria constatou que as temáticas abordadas eram relevantes e perceberam a importância da Formação Humana enquanto o objetivo final da Educação, com efeitos ao desenvolvimento integral dos indivíduos, incluindo as Identidades LGBTQ+. Além disso, reconheceram a existência do preconceito e o silenciamento diante da marginalização. Identificamos escassez de materiais acessíveis e a falta de embasamento sobre estas temáticas durante a formação acadêmica. Ainda assim, muitos se mostraram dispostos a se mobilizar contra discursos que pudessem ferir quaisquer vidas. Em contrapartida, ainda houve participantes que se mostraram receosos em como contemplar a temática da diversidade. Em virtude das perspectivas preconceituosas, ainda existentes, dentro e fora da Escola, urge assumirmos a perspectiva da inclusão e o respeito às diferenças, instigando uma Formação verdadeiramente Humana que esteja pautada no autoconhecimento e autocuidado.