Seletividade alimentar em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA) durante a pandemia de covid-19

Abstract

Em 2020 foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pandemia, com isso, iniciou-se medidas de controle de prevenção pelas autoridades sanitárias para evitar a disseminação do vírus e uma delas foi o isolamento social. Esta medida trouxe mudanças repentinas na rotina das pessoas, trazendo alguns prejuízos, diretos e indiretos, Em especial naquelas que necessitam de cuidados especiais como a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é caracterizado por um prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, ausência na reciprocidade social e emocional, atraso no desenvolvimento da fala, uso estereotipado e repetitivo da linguagem, e inabilidade em iniciar e manter uma conversação. O presente estudo tem o objetivo de investigar, o impacto da pandemia da COVID-19 na seletividade alimentar de crianças com transtorno do espectro autista. Refere-se à um estudo do tipo transversal, de caráter quantitativo, desenvolvido através da continuação dos resultados da pesquisa que tem por título: impacto da pandemia de covid - 19 na vida de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA), Pernambuco. Foi realizada de forma online por meio do preenchimento de um formulário construído via plataforma “Google forms®”. O link do questionário foi enviado para a população através da rede social Whatsapp. Teve como público alvo pais ou acompanhantes/ cuidadores de crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista residentes em Pernambuco. Os resultados apontaram que a maior parte do diagnostico foram em crianças menores que 5 anos, as comorbidades associadas mais prevalentes foi o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno de Ansiedade, os comportamentos de autoagressão eram mais presentes quando contrariados e quando fugiam da rotina. No comportamento e consumo alimentar foi constatado que mais de 80% dos participantes não eram acompanhados por um nutricionista, mais de 60% das crianças apresentaram seletividade alimentar grave e quanto ao tipo de alimentos consumidos, houve um alto consumo de alimentos in natura, porém o consumo de ultraprocessados também foi elevado. Por isso é de extrema importância um acompanhamento nutricional adequado, garantindo melhora no prognóstico do indivíduo.