Caracterização epidemiológica dos casos notificados de AIDS no estado de Pernambuco, 2011 à 2020.

Abstract

Introdução: Com pouco mais de 40 anos do primeiro caso notificado da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), estágio mais avançado da doença desenvolvida pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), a epidemia de HIV/AIDS ainda permanece no centro do debate internacional coma uma importante questão de saúde pública. Diante deste quadro, a prática de monitoramento epidemiológico tornou-se uma ferramenta importante para subsidiar as políticas públicas de enfrentamento à doença. Objetivo: Investigar o perfil epidemiológico dos casos notificados de HIV/AIDS no estado de Pernambuco, no período de 2011 a 2020. Material e métodos: Estudo transversal, de caráter descritivo, cuja amostra foi constituída por dados secundários extraídos do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN), consolidados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O recorte empregado ao estudo foram os casos notificados de AIDS no estado de Pernambuco, Brasil, no período correspondente aos anos de 2011 a 2020. As variáveis analisadas foram: sexo, raça/cor, categoria de exposição hierárquica, escolaridade, faixa etária, e ano de notificação. Também foi construído um mapa temático com a distribuição dos casos notificados por região do estado de Pernambuco, Brasil, utilizando-se o software QGis versão 3.16. Resultados: O perfil epidemiológico observado no estudo aponta que os casos de AIDS acometem, maiormente, pessoas do sexo masculino, pretas e pardas, na faixa etária de 20 a 49 anos, possuindo ensino médio completo, sendo a principal via de contaminação a relação sexual, com predomínio das relações heterossexuais. Os dados indicam ainda uma oscilação nas notificações ao longo do período analisado, sendo o ápice de casos registrados no ano de 2013 e a menor variação percentual datada entre 2019 a 2020, com redução de -36,1% das notificações. Apesar da distribuição espacial dos casos ao longo de todo o estado, existe uma maior concentração de casos nas microrregiões de saúde I, III e IV. Conclusão: A mudança epidemiológica do agravo aponta à necessidade de reestruturação das políticas de gênero e educação sexual aos serviços de saúde, para que os mesmos sejam ainda mais efetivos em suas ações de enfrentamento a epidemia da AIDS. Além do mais, é fundamental pensar as ações de enfrentamento ao longo de todo o território estadual, não apenas nos grandes centros urbanos.