Caracterização do tráfego de carros e motos do ponto de vista cinemático e energético em vários pontos da cidade do Recife

Abstract

Os ciclos de condução padrão, por serem ciclos genéricos construídos para representar tráfegos de uma grande região, ou até mesmo de um país inteiro, podem não conseguir reproduzir as características de cada cidade individualmente. Ao invés disso, fornecem uma média do conjunto de cidades dentro desta grande região. Para suprir essa falha, surgiram os ciclos de condução locais, que abrangem uma região bem menor do que os ciclos de condução padrão, tornando-os mais eficientes a nível local. Recife, a cidade mais congestionada do Brasil em 2021, já possui alguns ciclos de condução locais construídos para o seu tráfego. Este trabalho busca avaliar se a coleta de dados de apenas um local dentro da cidade do Recife é suficiente para representar todo o tráfego desta cidade. Em outras palavras, busca-se aferir se o tráfego do Recife possui características semelhantes ou distintas de um local para o outro, fazendo com que sejam viáveis aplicações, como por exemplo, a construção de ciclos de condução locais desta cidade utilizando apenas uma localidade para representar todo o tráfego. Para isso, foram coletados dados de fluxo e densidade de veículos através de mais de dez câmeras de trânsito no Recife, totalizando 150 minutos de vídeo. Esses dados foram utilizados para simular o tráfego de alguns desses locais, com os quais foi possível comparar os resultados entre eles e analisar as eventuais disparidades entre o tráfego. Os resultados destas simulações mostraram que para os carros, entre as localidades analisadas, há uma diferença de até 62% no fluxo, 63% na velocidade média e 61% na demanda energética veicular.