Missa Eletrônica : a influência da televisão sobre as práticas sócio espaciais no meio rural potiguar

Abstract

Ligar a televisão é um dos hábitos mais comuns entre os brasileiros. Ver televisão geralmente está associado ao prazer e ao lazer. Em comunidades rurais do Rio Grande do Norte isso se mostra evidente e traz produção e circulação de saberes, muito comum já que ver TV com regularidade é algo muito comum entre os moradores. Essa prática, inclusive, já dura mais de meio século. No entanto, fenômenos recentes apontam observações que despertam o campo da pesquisa. Entre eles, está a audiência desse público às missas transmitidas pela TV em canais que distribuem o sinal de forma aberta e gratuita. Na maioria das comunidades rurais do RN, esse fenômeno tem alterado alguns comportamentos com os deslocamentos dos “fiéis católicos” no que se refere ao modo de assistir as missas. Antes, as sagradas missas presenciais, aos poucos, vão dando lugar ao conforto e segurança do lar, sem contar com a escassez de missas presenciais fora dos centros urbanos. Isso acaba colaborando para o fenômeno que envolve o deslocamento dos sujeitos desses territórios. Nesse processo inclui-se a Igreja Católica e sua historicidade com os meios de comunicação de massa, uma relação geralmente difícil. Porém, com a globalização as diversas transformações na sociedade são evidentes. Na comunicação esse assunto ganha diversas abordagens. Entre esses veículos de maior impacto nas mudanças do consumidor está a TV. Com as novas tecnologias os grupos sociais, incluindo de maneira evidente, os habitantes das comunidades rurais, estão interligados o tempo todo com o chamado mundo globalizado. As categorias (lugar) e (território) são abordadas sob a ótica da geografia e dialogam com as práticas midiáticas. A pesquisa tem como objetivo analisar como a televisão influencia as práticas sócio espaciais de católicos na comunidade rural de Passagem de Pedra/RN. A metodologia incluiu pesquisa exploratória, inicialmente, e depois , ao longo do trabalho, pesquisa bibliográfica e entrevistas com moradores da comunidade. As consultas orais se deram em formatos estruturados e não-estruturados. Os resultados apontam para uma ressignificação de formatos quanto o ato de assistir missa.