Efeitos do treinamento resistido na qualidade de vida e capacidades funcionais de pacientes pós-COVID-19 do estado de Pernambuco

Abstract

A Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19) é uma infecção que pode causar complicações no trato respiratório e disfunção de diversos órgãos. Além dos problemas na fase aguda, o COVID-19 pode causar sintomas e efeitos a longo prazo, a chamada síndrome pós-COVID- 19. Em contrapartida, efeitos promissores do exercício físico na saúde são evidenciados, incluindo a diminuição da severidade de infecções como a COVID-19, através da melhoria da eficiência imunológica. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo analisar os efeitos de um programa de treinamento resistido supervisionado de 36 sessões na qualidade de vida e nas capacidades funcionais de pacientes pós-COVID-19. O presente estudo trata-se de um ensaio clínico não randomizado, a população foi composta por indivíduos diagnosticados com COVID-19, residentes do estado de Pernambuco e que receberam alta hospitalar. A amostra analisada foi de 44 pacientes (n=44), divididos em dois grupos: intervenção (G1) (n=25) e controle (G2) (n=19). O G1 apresentou melhora significativa nos testes de sentar e alcançar (p= 0,000) e sentar e levantar (p= 0,000), além dos domínios do SF-36: capacidade funcional (p= 0,002); limitação física (p= 0,001); dor (p= 0,004); estado geral de saúde (p= 0,002); aspectos sociais (p= 0,017) e limitação emocional (p= 0,035). O G2 apresentou apenas uma variável com melhora estatisticamente significativa, vista no teste de sentar e levantar (p= 0,009), não apresentando diferença significativa nos outros testes físicos e em domínios do SF-36. Esses achados mostraram que a participação em um programa de treinamento resistido de 36 sessões melhorou significativamente a qualidade de vida e as capacidades funcionais de pacientes pós-COVID-19, o que indica que o treinamento resistido pode ser importante no manejo desses pacientes e na diminuição de possíveis efeitos negativos referentes ao pós- COVID-19.