Ortorexia nervosa em praticantes de exercício físico de academias de Vitória de Santo Antão - PE

Abstract

A Ortorexia Nervosa (ON) é uma desordem alimentar relacionada à preocupação excessiva em se alimentar de forma saudável, que pode gerar prejuízos físicos, psicológicos e sociais. Embora o exercício físico esteja ligado diretamente à saúde, pode ocorrer uma influência negativa no comportamento alimentar levando os indivíduos praticantes de exercício físico a estarem mais suscetíveis ao desenvolvimento de transtornos alimentares. Objetiva analisar a relação entre a prática de exercício físico e o risco de desenvolvimento de Ortorexia Nervosa em frequentadores de academias de Vitória de Santo Antão - PE. Estudo transversal de característica analítica em amostra de conveniência realizada em três academias de musculação na cidade de Vitória de Santo Antão PE. Foi utilizado o questionário ORTO-15 para identificar comportamento de risco para o desenvolvimento de ON. O estado nutricional foi avaliado através do índice de massa corporal e percentual de gordura. Foi utilizado o Questionário de Frequência Alimentar para análise do consumo e o Questionário Internacional de Atividade Física para classificar o nível de atividade física. A amostra foi composta por 100 indivíduos, de ambos sexos, com idade média de 27,6 ± 7,7 anos. Desses, 82% foram classificados como muito ativos e 18% como ativos. De acordo com os resultados do questionário ORTO-15 92% da amostra teve resultado positivo para ON. Não houve associação estatisticamente significativa entre ON e sexo, idade, percentual de gordura, nível de atividade física ou consumo alimentar. Os resultados do ORTO-15 indicam uma alta tendência para o desenvolvimento de ON no grupo estudado, mas independe do nível de atividade física dos indivíduos. Os resultados do questionário divergem com as informações obtidas no questionário de frequência alimentar, no qual não há indícios de pessoas com comportamento ortoréxico. É necessário que haja uma atenção especial para o grupo de praticantes de exercício físico, e que mais estudos sejam realizados tanto no âmbito do consumo alimentar quanto no que diz respeito aos instrumentos para avaliar essa desordem alimentar.