Conhecimentos mobilizados por professores da educação de jovens e adultos sobre a área de paralelogramos, sua aprendizagem e seu ensino

Abstract

Esta pesquisa teve por objetivo principal investigar conhecimentos cognitivos, didáticos e/ou matemáticos mobilizados por professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a respeito da área dos paralelogramos, da sua aprendizagem e do seu ensino. O estudo faz-se necessário para o fortalecimento de pesquisas na Educação Matemática dessa modalidade de ensino que, historicamente, é ameaçada pelos cortes de verbas e por políticas públicas insuficientes e/ou inadequadas. Ademais, o recorte do conteúdo área de paralelogramos leva em consideração a importância do cálculo de área em práticas sociais diversas, suas conexões com outros conteúdos escolares e a constatação de que diversas pesquisas em turmas diferentes do ensino regular apontam para dificuldades persistentes por parte dos estudantes nesse conteúdo. Como suporte teórico, utilizamos a Teoria dos Campos Conceituais (TCC), desenvolvida por Gérard Vergnaud e seus colaboradores, e a abordagem de área como grandeza geométrica proposta por Régine Douady e Marie-Jeanne Perrin-Glorian. O corpus analisado foi composto pelas respostas de um formulário que foi respondido, por meio do Google Forms, por 24 professores que ensinam ou ensinaram matemática na EJA. Além de perguntas que visavam traçar o perfil dos participantes da pesquisa, foi solicitado que analisassem algumas atividades sobre a área de paralelogramos e avaliassem resoluções de supostos estudantes da EJA. A heterogeneidade nas notas atribuídas, e a diversidade de justificativas apresentadas apontam para a importância da investigação da resolução dos estudantes por parte do professor, por ser um campo repleto de conhecimentos prontos a emergir. Os dados indicam, ainda, que quase metade dos professores nunca tiveram formação voltada para o ensino desse conteúdo, o que pode ter contribuído para os problemas observados, tais como a desvalorização do uso das unidades de medida e dificuldades em figuras não prototípicas e no cálculo de área e perímetro de paralelogramos. Sendo assim, destacamos a necessidade de mais formações voltadas