Currículo de Pernambuco e pedagogia das competências: possibilidades de avaliação que podem ser articuladas para o desenvolvimento da aprendizagem do conteúdo de porcentagem.

Abstract

A avaliação da aprendizagem é um tema que gera muitas discussões. A compreensão da avaliação no contexto educacional tem sido considerada quase preponderantemente ainda excludente, pouco democrática, prezando pelos aspectos quantitativos. É nesse contexto, que se justifica a compreensão de que a avaliação deve fazer parte do processo de ensino e aprendizagem, uma avaliação que leve em conta os progressos e os aspectos necessários para progredir. As instituições de ensino desenvolvem um papel fundamental para consolidar esta compreensão, na medida em que são elas que planejam e articulam as ações pedagógicas, orientando-se pelos documentos normativos. Além disso, cabe mencionar que cada objetivo de aprendizagem necessita de uma articulação adequada para poder alcançá-lo, inclusive no que se refere a avaliação. Diante disso, esse trabalho buscou analisar de que maneira o currículo oficial do ensino fundamental de matemática de Pernambuco, operacionaliza os processos de avaliação para o desenvolvimento de aprendizagem em relação ao conteúdo de porcentagem. Para alcançar nosso objetivo, analisamos o currículo oficial de Pernambuco da área de matemática, onde foram estabelecidas três categorias de análise a partir do modelo de análise de conteúdo. Das inferências, constatamos que o currículo investe de forma evidente quanto ao conceito de avaliação, mas não deixa claro como ela integra-se em situações reais, e além disso, o documento não traz uma discussão consolidada em torno da avaliação como parte do processo de ensino e aprendizagem. Verificamos ainda que o texto normativo, apesar de indicar para o desenvolvimento de competências, não apresenta uma discussão em torno de como devem ocorrer os processos avaliativos no modelo da pedagogia das competências ou até mesmo como devem ocorrer as avaliações em matemática. Diante disso, apresentamos algumas orientações metodológicas que podem nortear as ações docentes em torno da avaliação do conteúdo de porcentagem. Assim sendo, concluímos que a avaliação deve ser considerada como algo inerente ao processo de ensino e aprendizagem, e nesse sentido, o currículo de Pernambuco, enquanto documento norteador, deve consolidar esta compreensão, evitando assim, diferentes entendimentos em torno da avaliação. Por fim, este trabalho se posiciona na consolidação da avaliação como parte do processo de ensino e aprendizagem, e além disso, apresenta possibilidades de emergir novas pesquisas a partir de algumas discussões trazidas no corpo do texto.