Evolução do acesso ao pré-natal nos municípios pernambucanos entre 2011 e 2021: uma análise de desigualdades

Abstract

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a evolução e as desigualdades na realização de ao menos sete consultas de pré-natal nos municípios de Pernambuco entre 2011 e 2021. Trata-se de um estudo ecológico, elaborado a partir de dados secundários do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos referentes aos anos de 2011 a 2021. A variável de desfecho foi considerada a proporção de nascidos vivos de gestantes que realizaram sete e mais consultas de pré-natal. As variáveis explicativas utilizadas foram: porte populacional, Índice Brasileiro de Privação, renda per capita e cobertura da Estratégia de Saúde da Família. Foram estimadas as variações percentuais anuais para o período de 2011 a 2021, seus respectivos intervalos de confiança, significância estatística e a tendência temporal foi estimada por meio do método de joinpoint regression. Para mensuração das desigualdades de acesso ao número adequado de consultas de pré-natal foram empregadas as medidas simples (diferença e razão) e complexas (índice de concentração - CIX) de desigualdades. Os resultados demonstraram um padrão de desigualdades na cobertura de pré-natal persistente em todo o período, no qual os municípios do sertão, com menor porte populacional, maior cobertura da Estratégia de Saúde da Família e condições socioeconômicas mais desfavoráveis, ou seja, maior Índice Brasileiro de Privação e menor renda, foram os municípios que concentraram a maior cobertura de pré-natal.