Percepção de visitantes, empresários e gestores públicos do turismo sobre o Polo Moveleiro de Gravatá, em Pernambuco.

Abstract

A presente pesquisa buscou analisar o Polo Moveleiro de Gravatá enquanto atrativo turístico do município, investigando os principais motivos de visitação; o papel da gestão pública municipal no fomento do turismo, neste referido atrativo; e os efeitos provocados por esta atividade nas dimensões da sustentabilidade. Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa, comum a estudos envolvendo as relações sociais. O estudo também se classifica como empírico e de natureza descritiva. Os instrumentos utilizados na coleta de dados e informações foram: o levantamento bibliográfico, as entrevistas semiestruturadas e as observações diretas, realizadas durante as incursões a campo. Quanto aos sujeitos entrevistados, totalizaram 18, sendo divididos em visitantes, empresários locais e gestores públicos do turismo municipal. A interpretação e análise dos resultados ocorreu mediante a análise qualitativa básica, e após realizadas as transcrições, as entrevistas foram codificadas e classificadas em 4 categorias, a saber: (i) potencial da atração; (ii) papel do poder público; (iii) impactos sobre a sustentabilidade; e (iv) possíveis aperfeiçoamentos. Em síntese, os resultados demonstraram que conhecer a atração e fazer compras são os principais motivos de visitação ao Polo. Ele apresenta capacidade de fidelização de visitantes, apesar de possuir alguns aspectos de acessibilidade e divulgação que carecem de melhorias. A gestão do município tem buscado promover ações no intuito de atrair mais visitantes, tanto de fora, como os próprios cidadãos locais. Já no tocante aos efeitos gerados por essa atividade na sustentabilidade, verificou-se que os impactos na dimensão ecológica são mínimos, e estão atrelados à responsabilidade socioambiental dos visitantes. Na dimensão social, existe a “exclusão social”, em que a população local resiste em visitar o atrativo, pois o enxerga como um local propício apenas “para turistas”. Na dimensão econômica, percebeu-se a sazonalidade do turismo no Polo, que está ligada à sazonalidade do turismo no próprio município, e a dependência que as lojas daquela rua têm em relação aos turistas e moradores de segunda residência. Por fim, as sugestões de aperfeiçoamentos foram, em maioria, aos aspectos ligados à infraestrutura do local, apesar de também terem sido identificados problemas no que se refere à comunicação entre setor público e privado.