Desvendando a divisão celular: proposta de um modelo didático interativo com enfoque em estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade

Abstract

A genética está presente em diversos assuntos do nosso cotidiano, seja na área da medicina, no esclarecimento de doenças e na produção de fármacos e vacinas, no melhoramento de plantas e animais para o consumo humano, ou na solução de crimes e testes de paternidade. Apesar de sua vasta aplicação e da veiculação desses assuntos na mídia, os conteúdos de genética são considerados de difícil assimilação pelos estudantes do ensino fundamental e médio do Brasil. Uma das explicações é que os conteúdos desta área de ensino envolvem estruturas microscópicas e submicroscópicas que exigem alta capacidade de abstração dos estudantes. A situação se agrava quando o estudante possui Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), o qual reduz a capacidade de atenção e de memorização, resultando em maior dificuldade de aprendizado. O uso de recursos didáticos lúdicos que permitam que os discentes com TDAH interajam melhor com a construção dos conhecimentos e se tornem mais participativos nas aulas pode tornar o aprendizado deste público mais eficiente. Neste trabalho são propostas a construção de dois modelos didáticos, um voltado ao comportamento dos cromossomos durante o ciclo celular mitótico e outro sobre a meiose. A indicação é que os modelos sejam confeccionados pelos estudantes com TDAH durante as aulas de genética do ensino médio. Para auxiliar a construção dos modelos foram produzidas duas videoaulas, uma para a mitose e outra para a meiose. Nas videoaulas foram indicados pontos de pausa para que os alunos possam produzir o modelo enquanto recebem as instruções. Para a construção dos modelos foram utilizados materiais de baixo custo como círculos de papelão, canetas hidrográficas e massa de modelar. Ao final das videoaulas foram apresentadas perguntas de múltipla escolha para que o aprendizado dos estudantes possa ser avaliado. Embora os modelos aqui apresentados tenham sido pensados especialmente para estudantes com TDAH, estes também podem ser aplicados para discentes sem essa deficiência. Espera-se que os modelos propostos tornem o processo de ensino de genética mais eficiente e prazeroso.