Instituto Inhotim e as Galerias dos Arquitetos Associados: a experiência sensorial pelo viés fenomenológico

Abstract

À medida que se transformaram em produto cultural e de consumo, os museus passaram a desempenhar um papel estratégico no planejamento e na gestão das cidades, atraindo investimentos, visitantes e contribuindo para a revitalização de áreas urbanas. Além disso, na hodiernidade, os museus assumem um novo papel na forma com a qual se relacionam com a obra de arte nele exposta. Este trabalho, ao longo de quatro capítulos, aborda os conceitos de museu, paisagem e arte na contemporaneidade, bem como os princípios da fenomenologia vistos por filósofos e arquitetos, seguindo-se a isso a apresentação do objeto de estudo - o Instituto Inhotim e três Galerias de arte: Miguel Rio Branco, Cosmococas e Claudia Andujar -, e por fim, a descrição sensorial da visita. Outrossim, tem por objetivo investigar as três galerias de arte de Inhotim, projetadas pelos Arquitetos Associados, e as suas relações com percursos, jardins, espaços abertos e obras de arte, pois, embora já existam análises feitas sob uma ótica técnica e formal, as relações entre edifício e lugar, desenho e projeto, experiência e modo de manipulação de elementos - a fim de despertar sensações - pelos arquitetos pouco foram estudadas na literatura. Procura-se, então, entender, através de um viés fenomenológico, como os arquitetos manejam luz, material e terreno, estabelecendo uma sensível mediação com o lugar em que se inserem e com a obra de arte exposta, e escrutinar a maneira como esses elementos são projetados, além da experiência multissensorial que provocam. A metodologia empregada apoia-se na fenomenologia de McCarter & Pallasmaa (2012) e Shirazi (2014), os quais sustentam que a experiência é a maneira mais completa de explorar a dimensão sensorial da arquitetura.