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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/58873

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Título: Nos sertões das Rainhas Jingas : guerra, soberania e comércio no interior angolano (séculos XVIII e XIX)
Autor(es): ALBUQUERQUE, Aline Emanuelle de Biase
Palavras-chave: Jinga; Tráfico de escravizados; Angola
Data do documento: 21-Jun-2024
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: ALBUQUERQUE, Aline Emanuelle de Biase. Nos sertões das Rainhas Jingas: guerra, soberania e comércio no interior angolano (séculos XVIII e XIX). 2024. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.
Abstract: Este trabalho analisa as ações do povo e das chefias do reino jinga do Ndongo e da Matamba no vale do rio Kwango, região de concentração dos grandes mercados de escravos no interior angolano. Após a morte da famosa rainha Njinga Mbandi, no século XVII, seu território e seu povo passaram a ser referenciados nas fontes portuguesas como “reino de Jinga”, “Estados da Jinga” ou “jingas”. Do século XVII ao XIX, os soberanos jingas, em sua maioria mulheres, lutaram e prejudicaram os portugueses na vizinhança de seu principal enclave político e comercial no sertão, o presídio de Ambaca. O objetivo deste trabalho é analisar a atuação do reino jinga do Ndongo e da Matamba na geopolítica e no comércio dos sertões, nos séculos XVIII e XIX, através das ações de suas rainhas e reis. O recorte temporal adotado abarca o reinado dos diversos soberanos jingas e permite a análise de dois grandes conflitos entres os jingas e os lusos, um em 1744 e outro em 1838. Dialogando com a historiografia e com as fontes do Arquivo Histórico de Angola, do Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, é possível destacar as estratégias de resistência e soberania do povo originado nas lutas de Njinga Mbandi, bem como de seu concorrente comercial, o reino de Cassanje, e uma gama de outras populações inimigas e aliadas dos jingas na política e no comércio. As ações jingas permitem destacar a fragilidade lusitana naqueles sertões, apontando como as vitórias lusas nas guerras e os acordos de paz assinados pelas rainhas e reis jingas eram efêmeros frente a sua política e a sua resistência contra a intromissão lusa nos seus territórios e nas suas trocas mercantis. Pois, a despeito do diferentes discursos de vitória portuguesa, os jingas não foram vencidos. Por fim, investigar o reino de Jinga é adentrar nos sertões de uma potência que buscava monopolizar o comércio de pessoas e mercadorias, ao mesmo tempo que tinha uma população vitimada pelos conflitos originados nas políticas das suas soberanas. Nesse sentido, observar o reino de Jinga é também descortinar o cenário que pode ter sido a terra de origem de grande parte das vítimas do tráfico transatlântico embarcadas na África Centro-Ocidental e que atravessaram o oceano com a memória das diversas rainhas jingas.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/58873
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