Prospecção fitoquímica, ação biológica e potencial na terapia fotodinâmica (PDT) de plantas produtoras de pigmentos

Abstract

A crescente resistência microbiana aos antibióticos representa um grande desafio à saúde pública, impulsionando a busca por terapias alternativas. Nesse cenário, o uso de plantas medicinais, amplamente empregadas na medicina popular, surge como uma oportunidade de inovação terapêutica. A Terapia fotodinâmica (ou em inglês Photodynamic Therapy - PDT) é uma técnica que promove a apoptose ou necrose de diferentes estruturas, pela combinação ao mesmo tempo de oxigênio molecular, luz e um agente fotossensibilizador (FTS). Por ser inespecífica, pode ser aplicada na inativação de diversos tipos de células ou microrganismos, como células tumorais, vírus e bactérias, além de ser uma alternativa à resistência antimicrobiana. Atualmente, os FTS utilizados na clínica médica ainda apresentam algumas desvantagens como: efeitos colaterais, alto custo, lenta eliminação pelo organismo e baixa seletividade. Como alternativa, o presente trabalho propôs o uso de plantas produtoras de pigmentos, para serem aplicados na Terapia Fotodinâmica. O uso de princípios bioativos vegetais na PDT ainda é pouco explorado quando comparado a diversidade de compostos foto-bioativos existentes na natureza, sendo uma alternativa promissora e acessível. Neste sentido, foi realizada a coleta das partes pigmentadas das espécies de Macroptilium sp., Thunbergia sp., Ipomea batatas e Vaccinium myrtillus, sendo feitos seus extratos etanólicos em evaporador rotativo com vácuo. Procedeu-se com a prospecção fitoquímica para a identificação de compostos fenólicos, flavonóides, saponinas e taninos, análise dos perfis espectrofotométricos buscando-se a presença do comprimento de onda (λ) de 660 nm. análise cromatográfica por CCD (Cromatografia em Camada Delgada) para avaliar qualitativamente e quantitativamente os compostos de cada extrato. E poder de fotoinativação através da irradiação em ambiente isolado da luz em placas de Elisa com LED de 600, com posterior incubação e semeio, para ser observado o potencial antimicrobiano das amostras. Todas as amostras apresentaram compostos fenólicos, conferindo às espécies um poder antioxidante. Quando comparados os potenciais antimicrobianos das amostras irradiadas, com as não irradiadas, notou-se uma maior inibição do crescimento bacteriano naquelas que ficaram expostas à luz, indicando assim o poder fotoinativador dos extratos.