Sustentabilidade e beleza: estudo da marca Natura diante da questão de gênero e do avanço do consumismo

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar o discurso da empresa Natura sobre o ambientalismo e a relação com as suas estratégias de expansão do consumo de cosméticos no Brasil, principalmente abordando o público feminino. Como uma das marcas brasileiras tradicionais, com ações voltadas para o apelo sustentável, a Natura se torna uma empresa de reconhecimento, tanto nacional quanto internacional, seja pelo seu crescimento contínuo ao longo dos anos ou da propaganda feita pelos próprios consumidores quanto aos seus produtos inovadores em comparação a outras marcas da época de criação. A metodologia utilizada para produção deste material se baseia na pesquisa bibliográfica direcionada, através de estudos de artigos científicos, teses, dissertações, revistas e livros que debatem tópicos como: consumismo, indústria da beleza, incentivo ao uso de cosméticos e a pressão da sociedade para enquadrar as mulheres em um eterno e inalcançável padrão de beleza. Portanto, o trabalho possui cunho qualitativo. Adotamos procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental, a fim de realizarmos uma análise crítica do apelo sustentável promovido pela marca Natura em sua busca de lucratividade. O trabalho se divide em três partes: a primeira traz uma discussão para melhor entendimento quanto à relação entre o consumo e o consumismo ao longo da história humana, estudando como que o consumo, algo trivial e recorrente na vida cotidiana, é substituído pelo consumismo. Na segunda parte, é abordado o tema quanto a questão de gênero e o mito da beleza, visto que são as mulheres as maiores vítimas dos padrões sociais, principalmente quando referido ao cuidado de sua beleza, incluindo a compra de cosméticos para o saciamento das suas “preocupações vitais” em se manter bela para si e para terceiros. Por fim, a última parte está focada no estudo quanto à história e como a marca consegue se desenvolver, analisando fatores externos históricos e o seu crescimento econômico em situações de dificuldade. Para complementar o raciocínio, o subitem apresentado nesta mesma parte critica o principal fator de lucratividade da marca: as (os) “Consultoras” (es) de Beleza Natura. Como conclusão do trabalho, é necessária a análise crítica quanto às ações promovidas pela marca, visto que a mesma foi construída sob o modo de produção capitalista, baseando-se na lucratividade, o que põe em questão a efetividade do discurso sobre o “sustentável”, especialmente no tocante à sustentabilidade social. Destaque-se que a marca integra e favorece a expansão da produção e do consumo, com destaque para a reforçar os valores impostos pela indústria da beleza.