Avanços no diagnóstico de arboviroses e coinfecções : análise de dados, ferramentas geoespaciais e impacto nas mulheres brasileiras

Abstract

Introdução: Nas últimas cinco décadas, os surtos de arbovírus, como dengue (DENV), Zika (ZIKV) e chikungunya (CHIKV), aumentaram significativamente, representando sérias ameaças em regiões tropicais e subtropicais como do Brasil. A complexidade dessas infecções é exacerbada por métodos diagnósticos inadequados, coleta insuficiente de dados e falta de pesquisas específicas relacionadas a infecções, coinfecções, hospitalizações e análises epidemiológicas que considerem fatores demográficos. Essas lacunas dificultam a triagem de infecções, a formulação de políticas de saúde pública e intervenções direcionadas. Objetivos: Analisar os métodos diagnósticos para arbovírus, desenvolver técnicas de visualização geoespacial e de análise de dados para identificar áreas de alto risco, e examinar as diferenças entre mulheres e homens, na compreensão do impacto das infecções por arbovírus no Brasil. Métodos: Uma análise dos métodos diagnósticos atuais para arbovírus foi realizada. Os softwares R e RStudio foram utilizados como ferramentas geoespaciais e de mapeamento para analisar dinâmicas espaço-temporais e correlacionar os dados municipais de casos de arbovírus e as taxas de hospitalização nos municípios brasileiros entre 2017 e 2024. Também foi conduzida uma análise epidemiológica para identificar diferenças de infecção entre mulheres e homens, além de pôr faixa etária. Resultados: Foram identificados métodos diagnósticos de alta sensibilidade e especificidade, com recomendações para o uso de ensaios de amplificação mediados por transcrição e ensaios Tríplex RT-PCR em tempo real. Análises estatísticos e geoespaciais revelaram correlações significativas entre os arbovírus e taxas de hospitalização, fornecendo insights valiosos para otimização de estratégias diagnósticas. Os dados específicos por sexo mostraram que as mulheres apresentam taxas mais altas de infecção por DENV, ZIKV e CHIKV em comparação aos homens, embora as taxas de mortalidade tenham sido maiores entre os homens. Conclusão: Diagnósticos aprimorados e estratégias de saúde que integrem métodos avançados e dados geoespaciais ao nível municipal são necessários. Correlações importantes entre os casos de arbovírus e as hospitalizações foram encontradas, e diferenças significativas entre mulheres e homens, bem como por faixa etária, precisam ser enfrentadas para combater as ameaças dos arbovírus no Brasil.