Influencia do ciclo de rega na tolerância de Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon e G. P. Lewis ao déficit hídrico

Abstract

Devido à grande variabilidade de chuvas na Caatinga, plantas jovens de muitas espécies lenhosas enfrentam longos períodos sem hidratação. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência de ciclos de rega na tolerância de plantas jovens de Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon e G. P. Lewis em resposta ao déficit hídrico. As plantas foram distribuídas em 4 grupos experimentais: a) Hidratação contínua (controle); b) hidratação contínua com posterior estresse (RD); c) hidratação 1x em 7 dias com posterior estresse (R7); d) hidratação 1x em 14 dias com posterior estresse (R14), contabilizando 8 plantas por tratamento que cresceram por 5 meses em casa de vegetação e após iniciado a suspensão contínua de água até o máximo estresse e após reidratadas. Foram avaliados no máximo estresse e reidratação: conteúdo relativo de água (CRA), umidade do solo, altura da planta, diâmetro do caule, área foliar e custo de construção foliar (CC). Para folha, caule e raiz foram avaliados a biomassa seca, analisados teores de nitrogênio, potássio, fósforo, amido, carboidratos solúveis totais (CST) e carboidratos não-estruturais (CNE). No máximo estresse, tivemos como resultados em relação ao tratamento controle no CRA redução em 46% em RD, 53% em R7 e 36% em R14; na área foliar redução de 45% em R14 e aumento de 23% em R7; redução de 30% no diâmetro em R14; aumento no CC em 85% no R14; reduções na biomassa de R7 (33% caule, 33% raiz) e R14 (53% folha, 74 caule, 74 raiz); aumento na concentração de nitrogênio foliar em 265% em R7; aumentos no potássio em RD (93% raiz), R7 (34% folha, 89% raiz) e R14 (38% folha, 120% raiz); redução no fósforo foliar de 30% em R14; aumentos no amido da raiz de 74% em R14; aumentos em CST em RD (55% folha, 133% caule, 159% raiz), R7 (44% folha, 269% caule, 212% raiz) e R14 (52% folha, 132% raiz); aumentos no CNE radicular de 46% em RD, 53% em R7 e 86% em R14.Na reidratação, tivemos como resultados em reação ao controle na área foliar reduções de 33% em RD; no diâmetro reduções de 19% em RD, 13% em R7 e 40% R14; altura reduções de 35% em R14; no CC reduções de 43% em R7 e 28% em R14; reduções na biomassa em RD (25% raiz), R7 (53% raiz) e R14 (73% caule, 61% raiz); aumentos no nitrogênio foliar em 47% em RD, 164 em R7 e 82% em R14; reduções no potássio foliar de 20% em RD, 24% em R7 e 12% em R14; reduções no fósforo em RD (24% folha), R7 (20% folha) e R14 (16% folha, 30% raiz); no amido redução de 33% na raiz de R14 e aumento de 100% na folha de R7; no CNE aumento em RD (17% caule) e redução em R14 (38% caule, 29% raiz). Concluímos que os ciclos de rega contribuem na resposta de tolerância ao déficit hídrico, entretanto o R14 promove reduções significativas no crescimento e um maior custo de construção foliar. Palavras-Chave: Carboidratos solúveis totais, carboidratos não estruturais, Custo de construção foliar, Crescimento, nutrientes