Nível de esperança de vida em receptores de transplante renal : estudo transversal

Abstract

Introdução: o transplante renal é tratamento de escolha em pacientes com doença renal crônica em estágio avançado. Apesar de proporcionar melhores desfechos em saúde, não foram identificados estudos que avaliam se essa melhoria repercute na esperança de vida. Objetivo: avaliar o nível de esperança de vida entre os receptores de transplante renal. Método: trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, com amostra de 123 participantes. Critérios de inclusão: ser transplantado renal, com enxerto funcional e estar em acompanhamento regular pelo ambulatório de Nefrologia. Como critérios de exclusão foram considerados apresentar distúrbio psiquiátrico diagnosticado, que comprometesse a compreensão e a participação no estudo. O recolhimento de dados foi realizado por meio da aplicação de Ficha de avaliação do perfil do participante e a aplicação da Escala de Esperança de Herth. Os dados foram analisados usando o SPSS versão 30.0. A diferença de proporção entre esperança alta e baixa foi verificada pelo teste Qui-quadrado de Pearson. Foi utilizado um nível de significância de 5% (p< 0,05). Resultados: foram coletados os dados de 123 receptores de transplante renal. Desses, 54,5% (n=67) homens; 61% (n=75) com idade entre 40-60 anos; 43,9% (n=54) aposentados; 78% (n=96) até um salário-mínimo, 75,6% (n=93) possuíam alguma crença. A prevalência de alta esperança de vida foi 78,9%. Alta esperança foi associada a presença de crença, realização de atividade física regular e o não tabagismo anterior (p<0,001). Conclusão: a esperança de vida de receptores de transplante renal é alta; fatores como crença, atividade física e tabagismo anterior desempenham papeis na percepção de alta esperança dessa amostra. Palavras-chave: esperança; transplante de rim; transplantados; doença crônica; insuficiência renal crônica. ABSTRACT Introduction: kidney transplantation is the treatment of choice for patients with advanced chronic kidney disease. Although it provides better health outcomes, no studies have been identified that assess whether this improvement affects hope for life. Objective: to evaluate the level of hope for life among kidney transplant recipients. Method: this is an observational, cross-sectional study with a sample of 123 participants. Inclusion criteria: being a kidney transplant recipient with a functioning graft and undergoing regular follow-up in the Nephrology outpatient clinic. Exclusion criteria: having a diagnosed psychiatric disorder that compromises understanding and participation in the study. Data collection was conducted through the application of a participant profile assessment form and the Herth Hope Scale. The data were analyzed using SPSS version 30.0. The difference in proportions between high and low hope was assessed using Pearson's Chi-square test. A significance level of 5% (p < 0.05) was used. Results: Data were collected from 123 kidney transplant recipients. Of these, 54.5% (n=67) were men; 61% (n=75) were aged between 40-60 years; 43.9% (n=54) were retired; 78% (n=96) earned up to one minimum wage, and 75.6% (n=93) held some form of religious belief. The prevalence of high hope for life was 78.9%. High hope was associated with the presence of belief, regular physical activity, and non-smoking history (p< 0.001). Conclusion: the hope for life of kidney transplant recipients is high; factors such as belief, physical activity, and previous smoking play roles in the perception of high hope in this sample.