Efeitos do tratamento neonatal com resveratrol sobre o consumo alimentar e fenótipo muscular em ratos submetidos à paralisia cerebral experimental

Abstract

A paralisia cerebral (PC) é uma condição neurológica não progressiva resultante de lesão no cérebro em desenvolvimento. O resveratrol vem sendo utilizado como uma intervenção promissora em modelos de neurodegeneração (Alzheimer, Parkinson ou Huntington) e em modelos de hipóxia-isquemia, apresentando fortes ações antioxidantes e neuroprotetoras. Este estudo avaliou os efeitos do tratamento neonatal com resveratrol sobre o consumo alimentar e o fenótipo muscular em ratos submetidos à PC induzida. O modelo experimental incluiu anóxia perinatal (9L/min por 12 minutos nos dias P0 e P1) e restrição sensório-motora (16h/dia, P2–P29). Os animais receberam resveratrol ou solução salina por via intraperitoneal (P3–P21). Foram analisados peso corporal, consumo alimentar, força muscular e histomorfometria dos músculos sóleo e extensor longo dos dedos (EDL). O grupo PCS apresentou menor peso corporal, consumo alimentar reduzido e menor força muscular comparado ao grupo CS. O tratamento com resveratrol reverteu parcialmente essas alterações, aumentando peso, força muscular e consumo alimentar. No fenótipo muscular, o grupo PCR mostrou aumento no perímetro muscular do músculo EDL, redução das fibras do tipo I e aumento das fibras tipo IIa e IIb), comparado ao PCS. Os achados sugerem que o tratamento neonatal com resveratrol foi capaz de atenuar os prejuízos ocasionados pela PC a curto prazo, favorecendo o crescimento corporal, a força muscular e a distribuição de fibras musculares, além de aumentar o consumo alimentar. Esses resultados indicam o potencial terapêutico do resveratrol para mitigar déficits musculares associados à PC, apontando para futuras investigações sobre seus mecanismos e efeitos a longo prazo.