Hidrogel à base de quitosana contendo óleo essencial de Chamaecyparis pisifera contra cepas de Candida sp

Abstract

O gênero Candida é composto por diferentes espécies causadoras de infecções superficiais e sistêmicas de importância clínica, sendo a busca por novas abordagens terapêuticas necessárias. O encapsulamento de substâncias bioativas oferece diversos benefícios em aplicações farmacêuticas. Diante disto, o presente trabalho objetivou realizar a formulação de um hidrogel de quitosana contendo o óleo essencial de Chamaecyparis pisifera (OECP), propondo a potencialização da atividade antifúngica frente a leveduras do gênero Candida. Dessa forma, a caracterização química do OECP foi investigada por Cromatografia Gasosa com Detector de Ionização de Chama (GC-FID) e Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS), os compostos identificados como majoritários foram α-pineno (30,21%), acetato de bornila (24,42%), δ-3-Careno (17,16%) e Mirceno (10.65%). O efeito induzido na Concentração Mínima Inibitória (CMI) pelo hidrogel de quitosana contendo óleo essencial de C. pisifera (HCP) demonstrou uma redução significativa, em relação ao óleo essencial puro, para as linhagens testadas, com destaque para redução de 99,9% para Candida krusei UFPEDA 1002 com a formulação com 150 dias de preparo e concentração de 0,15 (OECP), sugerindo que o efeito mantido ainda foi significativo. As análises de Termogravimetria e Calorimetria Exploratória Diferencial e Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) mostraram que HCP tem boas propriedades térmicas, teor de umidade no valor de 97% e demonstra os grupos químicos presentes na amostra. Já o potencial zeta, índice de polidispersão e tamanho de partícula confirmam a compatibilidade e interação entre a quitosana e o óleo essencial, e a estrutura porosa foi confirmada pelas técnicas de Microscopia eletrônica de Varredura e Microscopia Eletrônica de Transmissão. O estudo do comportamento reológico categoriza o HCP como pseudoplástico do tipo não newtoniano. Além disso, o hidrogel se mostra como seguro por não ser irritante, não apresentar toxicidade para células sanguíneas nem a Galleria mellonella. Diante desses resultados, o HCP é uma alternativa promissora, segura e atóxica para controle de candidíase, representando uma alternativa ao uso de antifúngicos sintéticos.