Perfil nutricional e sintomas gastrointestinais em mulheres diabéticas atendidas na atenção primária de um município do estado de Pernambuco

Abstract

Durante a vida, os indivíduos sofrem mudanças no seu metabolismo, especialmente o sexo feminino. Ao se comparar homens e mulheres saudáveis, a população feminina apresenta menor massa muscular esquelética e maior quantidade de tecido adiposo, além de haver um acúmulo progressivo de gordura visceral desencadeado pela menopausa, fatores que influenciam na resistência à insulina neste grupo. Nesse contexto, essa pesquisa objetiva avaliar o perfil nutricional e identificar a presença e a gravidade de sintomas gastrointestinais em mulheres diabéticas. Trata-se de um estudo transversal realizado com mulheres portadoras de diabetes acompanhadas no município da Vitória de Santo Antão no período de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Foram coletadas informações pessoais, de estilo de vida, dados antropométricos e referentes à presença de sintomas gastrointestinais. O estudo foi composto por 18 participantes, com média de idade de 58,8 (± 11,2) anos. Foi observado que a maioria das mulheres era casada (77,8%) e se identificava como preta/parda (66,7%). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a comorbidade mais prevalente, presente em 66,7% da amostra. Quanto ao estilo de vida, 17 mulheres (94,4%) relataram não consumir bebidas alcoólicas, e todas (100%) afirmaram não ser fumantes. Em relação ao IMC, todas as mulheres (100%) apresentaram excesso de peso. Quanto à circunferência muscular do braço, apenas uma participante foi classificada com desnutrição (5,6%). A avaliação pela prega cutânea triciptal indicou que a maioria das participantes estava estrófica (38,9%), enquanto que a circunferência da panturrilha demonstrou que todas apresentavam eutrofia (100%). Em relação ao risco cardiovascular, a maioria das mulheres apresentou risco muito elevado (88,9%) com base na circunferência da cintura, e risco aumentado (88,9%), quando avaliado pela circunferência do pescoço. Quanto aos sintomas gastrointestinais, a maioria das participantes relatou sintomas leves ou pouco frequentes em todas as categorias, entretanto, a constipação e a ocorrência de fezes duras foram as condições com maior frequência de sintomas moderados ou graves. Este estudo demonstrou uma alta prevalência de comorbidades, como hipertensão e excesso de peso, além do alto risco cardiovascular entre as participantes. Além disso, foi observada elevada ocorrência de constipação.