Consumo de alimentos ultraprocessados e fatores associados em crianças menores de 1 ano: Uma revisão da literatura

Abstract

O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados é uma das principais causas da atual pandemia de obesidade e de agravos não transmissíveis, pois esses produtos são mais calóricos, apresentam maior quantidade de açúcar livre, sódio, gorduras totais e gorduras saturadas, menor teor de proteínas, fibras e micronutrientes essenciais, quando comparados aos alimentos in natura ou minimamente processados. Ademais, são altamente palatáveis, produzidos para oferecer sabores agradáveis e atraentes, o que pode gerar vícios e influenciar hábitos alimentares por toda a vida. Estima-se que 80% das crianças brasileiras já iniciam o consumo desses alimentos no primeiro ano de vida. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar, através de uma revisão integrativa da literatura, os fatores associados ao consumo de alimentos ultraprocessados em crianças menores de um ano. A metodologia adotada possui caráter exploratório, com a proposta de descrever e sumarizar evidências científicas disponíveis a partir de uma abordagem teórica e contextual, por meio de análise e interpretação criteriosa da produção científica. Os resultados apontam que a introdução precoce ou tardia de alimentos complementares está relacionada a fatores como percepção de insuficiência do leite materno, separação precoce entre mãe e filho, práticas culturais, rotinas familiares e questões socioeconômicas. Tais fatores possibilitam a introdução precoce de alimentos ultraprocessados, contribuindo para a formação de hábitos alimentares inadequados desde os primeiros meses de vida. Conclui-se que Os achados nessa revisão da literatura indicam que tanto a introdução antecipada quanto a tardia de alimentos complementares estão associadas a diversos fatores, como a percepção de que o leite materno é insuficiente, a separação prematura entre mãe e bebê, costumes culturais, dinâmicas familiares e condições socioeconômicas. Esses fatores favorecem a oferta precoce de alimentos ultraprocessados, o que pode levar à consolidação de padrões alimentares inadequados desde os primeiros meses de vida.