Desigualdades por raça/cor na mortalidade por violência em uma capital do Nordeste do Brasil

Abstract

A mortalidade por violência constitui um grave problema de saúde pública, estima-se que, anualmente, morrem cerca de 5,8 milhões de pessoas no mundo vítimas de violência. No Brasil, desde a década de 1980, a mortalidade por violência é a segunda causa de óbito, entretanto, quando avaliadas a partir dos anos potenciais de vida perdidos, passam a ocupar a primeira posição. No país, a desigualdade das mortes violentas por raça/cor se tornou mais evidenciada na década de 2006 a 2016, quando o percentual de homicídio de pessoa brancas diminuiu 6,8%, à medida que para a população negra (pardos e pretos) aumentou 23,1%. Percebe-se que a raça negra está fortemente ligada a diversas iniquidades sociais expressas nos mais diversos

indicadores de saúde sobre a população brasileira, incluindo entre eles os de mortalidade. Trata- se de um estudo transversal, no qual foram analisados óbitos por violência registrados no

Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de residentes no Recife, Pernambuco. O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar as desigualdades por raça/cor na mortalidade por violência na cidade do Recife, Pernambuco, no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2017.