Mobilidade urbana e acesso ao ensino superior na região metropolitana do Recife: análise do movimento pendular e desigualdades espaciais

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar o movimento pendular dos estudantes de graduação na Região Metropolitana do Recife (RMR), com foco nas barreiras socioeconômicas e espaciais que influenciam o acesso e a continuidade dos estudos, especialmente no ensino superior. Através de uma abordagem quantitativa e qualitativa, foram examinados aspectos como a distribuição espacial das Instituições de Ensino Superior (IES), o padrão de cidades que expulsam e atraem estudantes, os modais de transporte utilizados, o tempo de deslocamento e as disparidades educacionais entre Recife e as demais cidades da região. Os resultados apontaram a centralização de 57,6% das IES em Recife, concentrando 81,6% das vagas de graduação, 81% das matrículas totais e 95,2% das matrículas em instituições públicas. Essa configuração transforma Recife em um polo de atração, recebendo 79,1% dos estudantes de graduação que realizam movimento pendular na RMR, enquanto Jaboatão dos Guararapes e Olinda se destacam como os principais emissores, com 27,8% e 21,5% do volume de saída de estudantes, respectivamente. Além disso, constatou-se que os alunos das demais cidades enfrentam tempos de deslocamento maiores em comparação com os residentes de Recife, têm maior dependência do transporte público e exibem médias de escolaridade inferiores. Essas disparidades indicam a existência de barreiras no acesso à educação superior e sugerem a necessidade de políticas públicas que promovam tanto uma mobilidade urbana mais equitativa quanto um acesso mais inclusivo ao ensino superior na RMR.