Nada será como antes : a pedagogia da insurgência dos Coletivos LGBTs+ no Agreste Pernambucano

Abstract

Os avanços culturais, comportamentais, identitários e pós-identitários da população ocidental em relação à diversidade sexual tem colaborado para que as relações sociais e as experiências emancipatórias sejam cada vez mais compartilhadas em busca de uma imaginação epistemológica e democrática. Desconstruir preconceitos, violências e discriminações é uma tarefa árdua e constante, bem como reconstruir novas configurações e práticas educativas sociais que sejam capazes de expandir a valorização da diferença e da igualdade. Nesse caminho cosmopolita, o uso das redes sociais a partir das mídias digitais (internet) tem possibilitado aos coletivos LGBTs+ na contemporaneidade um uso insurgente de suas ferramentas e novas práticas discursivas a partir de seus diversos roteiros, agendas, ações e demandas em constante luta contra a LGBTfobia. Essa tese trabalha com a hipótese da educação como possibilidade de mudança de paradigmas sociais e políticos, uma vez que as lutas por justiça social reinventam em seus sujeitos a luta por dignidade e o direito à diferença. Dessa forma, a produção de um discurso pedagógico materializado em rede, que discursa e denuncia os processos de classificação social, preconceitos e discriminações subjetivados em nossa realidade. O objetivo dessa pesquisa foi compreender as relações de poder implicadas nas condições de produção do discurso pedagógico insurgente que são utilizados por coletivos LGBTs+ no agreste pernambucano. Nesse caminho, a educação produzida dentro dos coletivos sociais LGBTs+ se traduz como um lugar de (re)leitura da sociedade, implicada em relações de poder e saber. O caminho metodológico foi realizado a partir das contribuições da netnografia digital e da arqueogenealogia a partir das práticas discursivas das redes sociais dos coletivos LGBT+ do agreste pernambucano. Os dados analisados foram estruturados a partir dos capítulos teóricos em diálogo com os capítulos de análise. Nosso estudo constatou que as condições de produção mediadas pelo discurso pedagógico através das relações de poder são estruturadas por momentos de inquietação e solidariedade. A inquietação surge a partir das demandas e reivindicações dos coletivos LGBT+ do agreste pernambucano em insurgir diante das políticas públicas produzidas no agreste pernambucano. Ao longo dos anos, os coletivos se organizam via redes sociais colaborando com ações, manifestações e intervenções na busca por proteção e propostas de combate a LGBTfobia, exigindo dos poderes públicos a consolidação de políticas que visam a proteção integral de suas vidas. Nesse cenário, o poder estatal viu-se pressionado a colaborar com os coletivos, realizando e consolidando uma série de políticas públicas voltadas para a população LGBT+. Em laços de solidariedade, os coletivos LGBT+ do agreste pernambucano lutam pelo reconhecimento de

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suas agendas, demandas e repertórios em busca de cidadania, justiça e emancipação sexual e social contra toda forma de exclusão, preconceito e discriminação motivadas pelas suas identidades de gênero ou orientação sexual. Defender suas formas de vida, desejo e comportamento sexual consolida-se na contemporaneidade como um projeto insurgente, em luta constante contra a ideologia LGBTfóbica e a doutrinação heterossexista.