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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64506
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Título: | A autonomia jornalística na televisão pública brasileira e portuguesa |
Autor(es): | SILVA, Acsa Roberta Macena da |
Palavras-chave: | Comunicação pública; Telejornalismo público; Autonomia jornalística; Imparcialidade jornalística; covid-19 |
Data do documento: | 16-Jun-2025 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citação: | SILVA, Acsa Roberta Macena da. A autonomia jornalística na televisão pública brasileira e portuguesa. 2025. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2025. |
Abstract: | A pesquisa investiga como o jornalismo das TVs públicas do Brasil e de Portugal pode servir ao público com autonomia, especialmente diante de denúncias de interferência política, que evidenciam uma confusão entre comunicação pública e governamental. Dessa forma, o estudo analisa como ostelejornais públicos de ambos os países cumpriram sua função social durante a cobertura da pandemia da COVID-19 entre 2020 e 2021. Parte-se da hipótese de que a objetividade jornalística, norma profissional que pressupõe um posicionamento imparcial, pode camuflar interesses governamentais na notícia da TV pública e comprometer o compromisso com o interesse coletivo, especialmente em contextos de crise. A metodologia inclui um estudo comparativo (HALLIN; MANCINI, 2010), que permite explorar as similaridades e diferenças no processo de construção da notícia entre os principais noticiários: o Repórter Brasil (TV Brasil) e o Telejornal (RTP1). O corpus expandido é formado por 220 matérias do telejornal brasileiro e 670 do telejornal português, além de 10 entrevistas em profundidade com repórteres, editores e apresentadores. Para a análise qualitativa, foi realizada uma amostragem de 25 matérias de cada telejornal, a partir das seguintes temáticas: (a) uso de máscaras, (b) distanciamento e isolamento social, (c) vacinação, (d) impacto econômico e (e) avanço da contaminação. O tratamento dos dados se dá por meio da análise de conteúdo jornalística (BAUER; GASKELL, 2002), complementada pela Análise do Discurso Jornalístico (BENETTI, 2010), que reconhece a composição dialógica e polifônica dos elementos que compõem a heterogeneidade do discurso telejornalístico (textos e imagens). Os resultados destacam o esforço dos noticiários na promoção da cidadania, valorizando a ciência como referência de autoridade e credibilidade, ainda que apresentem limitações sobre a dimensão dos impactos econômicos frente à precarização das condições de vida de parcelas expressivas da população. Quanto às diferenças, no contexto brasileiro, observou-se a desinformação, omissão de responsabilidades governamentais e priorização de pautas secundárias, revelando o negligenciamento do interesse público e colaboração com estratégias que colocaram vidas em risco. Já entre os méritos do Telejornal (RTP1), destaca-se o compromisso social no combate à desinformação sobre o negacionismo científico, bem como a dimensão humana da crise na saúde pública. Dessa forma, ambos apresentam diferentes graus de autonomia editorial e de pressão política. O estudo conclui que, em Portugal, houve maior articulação entre comunicação pública e princípios de transparência e interesse coletivo. No Brasil, a comunicação pública foi instrumentalizada para dissimular a comunicação governamental, minando a autonomia jornalística. A imparcialidade, embora valorizada por jornalistas em ambos os países, é percebida como difícil de manter, dadas as pressões externas que variam conforme o ambiente democrático. Portanto, o grau de autonomia conferido à TV pública depende diretamente das estruturas políticas (governos), institucionais (modelos de governança, controle social e financiamento) e das normas que regem o profissionalismo jornalístico. Nesse sentido, não apenas a noção de imparcialidade precisa ser revista, mas todo arcabouço relacionado à autonomia do jornalismo da TV pública, que pode ser instrumentalizado para encobrir interesses particulares e enfraquecer a sua função social. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64506 |
Aparece nas coleções: | Teses de Doutorado - Comunicação |
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