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Título: “Defender o estado laico é o nosso dever e a nossa salvação” : o ativismo cristão feminista no Brasil
Autor(es): VIEIRA, Maria Eduarda Antonino
Palavras-chave: Ativismo Cristão Feminista; Religião e Feminismo; Teoria do Discurso; Estratégias Políticas; Direitos das Mulheres
Data do documento: 4-Fev-2025
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: VIEIRA, Maria Eduarda Antonino. “Defender o estado laico é o nosso dever e a nossa salvação”: o ativismo cristão feminista no Brasil. 2025. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2025.
Abstract: Nesta tese, analiso e conceituo o ativismo cristão feminista no Brasil, um movimento que articula religião e feminismo a partir de uma posição situada nas margens — margens da fé institucional e do feminismo hegemônico. Ao questionar associações históricas que vinculavam o feminismo ao secularismo e a religião ao conservadorismo patriarcal, esse ativismo reconfigura os termos do debate público sobre gênero, fé e justiça social. A partir da teoria do discurso de Laclau e Mouffe (1985), examino como práticas discursivas produzem identidades híbridas, capazes de atravessar fronteiras entre campos muitas vezes considerados inconciliáveis. Em suas ações, mobilizam estratégias como a ressonância doutrinária, buscando legitimar suas demandas por igualdade de gênero e direitos sexuais e reprodutivos a partir de valores cristãos compartilhados, ao mesmo tempo em que operam em contextos de tensão doutrinária, nos quais tais pautas confrontam interpretações teológicas tradicionais. Essa estratégia dupla — que combina ressonância para gerar identificação e tensão para provocar debates — permite que o feminismo cristão avance pautas “progressistas” sem romper com os marcos religiosos que garantem sua legitimidade. Desse modo, o ativismo cristão feminista evidencia o poder transformador das margens — entendidas não apenas como lugar de resistência às estruturas de exclusão, mas como território fértil para a invenção de novas formas de existir, crer e lutar. A partir desse lugar liminar, essas mulheres constroem práticas que reconfiguram tanto os contornos da religião quanto os do feminismo. Ancorado em múltiplas frentes de atuação — como (1) o ativismo formativo e educativo, (2) a mobilização digital e virtual, (3) o acolhimento e a assistência, (4) as expressões estéticas e identitárias, e (5) a incidência política e pública —, o ativismo cristão feminista não apenas confronta as estruturas patriarcais presentes nas igrejas, mas também amplia os horizontes das lutas feministas e religiosas, promovendo formas alternativas de engajamento no espaço público. Longe de propor a retirada da religião da esfera pública, elas defendem uma laicidade que assegure a liberdade religiosa e reconheça a legitimidade de vozes de fé na luta por direitos e justiça social. Assim, o ativismo cristão feminista desafia não apenas o conservadorismo religioso, mas também o secularismo militante que invisibiliza sujeitos religiosos “progressistas” — e, ao fazê-lo, amplia as possibilidades de democracia no Brasil contemporâneo.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64828
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