A Influência do Consumo dos Ultraprocessados na Microbiota Intestinal e o Risco de Obesidade /

Abstract

A obesidade é uma condição multifatorial e crescente problema de saúde pública, intimamente relacionada ao estilo de vida moderno, caracterizado pelo alto consumo de alimentos ultraprocessados (AUP). Esses alimentos, pobres em fibras e ricos em aditivos, podem comprometer a diversidade da microbiota intestinal, favorecendo um estado inflamatório e alterações metabólicas que contribuem para o ganho de peso e doenças crônicas. Nesse contexto, a presente revisão integrativa teve como objetivo investigar a influência dos AUP na microbiota intestinal e os riscos associados ao desenvolvimento da obesidade. Foram realizadas buscas nas bases PubMed, ScienceDirect e Scopus, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Food, processed”, “Gastrointestinal Microbioma”, “Obesity”, interligados pelo operador booleano “AND”, resultando em quatro estudos selecionados, incluindo revisões sistemáticas, meta-análise e estudos observacionais em humanos. O período de coleta de dados ocorreu em julho de 2025. A análise evidenciou que o elevado consumo de AUP está associado a modificações na composição e diversidade bacteriana, com redução de microrganismos benéficos e aumento de espécies pró-inflamatórias. Além disso, observou-se relação entre o consumo desses alimentos e a resistência à leptina, bem como outros desequilíbrios metabólicos, potencializando o risco de obesidade. Apesar de tais achados, a heterogeneidade metodológica limita a generalização dos resultados, apontando para a necessidade de mais investigações. Conclui-se que a qualidade da dieta exerce papel fundamental na manutenção da saúde intestinal e na prevenção da obesidade, reforçando a importância de incentivar padrões alimentares baseados em alimentos in natura e minimamente processados.