Narrativas históricas de opressões e resistências lésbicas e ensino de história

Abstract

A pesquisa explora as narrativas de opressões e resistências de lésbicas no Ensino de História. Por meio de uma análise documental e bibliográfica, o estudo investiga as experiências de mulheres lésbicas no Brasil, assim como os debates sobre suas histórias nos espaços escolares. A pesquisa problematiza a ausência de representações de relacionamentos dissidentes da heteronormatividade nas aulas de História, destacando a importância de incluir discussões sobre

gênero e sexualidade no ambiente escolar. A base teórica incorpora discursos feministas e pós- estruturalistas, com foco nos conceitos de gênero e sexualidade, especialmente nas obras de

Judith Butler (1990), Adrienne Rich (1982), Monique Wittig (1980), Paul Preciado (2010) e Jules Falquet (2012). Também são consideradas as contribuições de estudiosos da educação, como Guacira Lopes Louro (1997), Junqueira (2009) e Seffner (2020), que ampliam o debate sobre o papel da escola na abordagem das sexualidades. Além disso, a pesquisa examina os Núcleos de Estudo de Gênero e Combate à Violência Contra a Mulher de Pernambuco, presentes em diversas escolas públicas da Educação Básica, entendendo-os como espaços de resistência e acolhimento para a comunidade LGBTQIAPN+. A metodologia inclui análise bibliográfica e de periódicos dos anos 1980 para o estudo das narrativas lésbicas no Brasil, além de conteúdos imagéticos e escritos das redes sociais para o estudo dos núcleos. A pesquisa conclui a existência de um grande hiato nas narrativas históricas no âmbito escolar que representem identidades não hegemônicas, o que enfraquece a inclusão e a diversidade. Como produto final, com o objetivo de contribuir para o preenchimento dessa lacuna, foi desenvolvido um livro paradidático que narra as histórias de mulheres lésbicas que desafiaram normas históricas, destinado especialmente a estudantes do Ensino Médio, em âmbito nacional.