Impactos econômicos e financeiros da transformação de clubes em sociedades anônimas do futebol no Brasil

Abstract

Esta pesquisa tem como foco analisar as mudanças ocorridas nos indicadores econômicos e financeiros, a partir das análises das demonstrações financeiras apresentadas pelos clubes de futebol no Brasil, ainda quando modelo associativo, e após início da aplicação dos modelos de SAF, diante disso, o objetivo é verificar se houve avanços, permanência ou declínio desses indicadores. No Brasil, diversos clubes passaram e ainda passam por esta transformação, para este trabalho, foram selecionados os clubes brasileiros Vasco da Gama, Esporte Clube Bahia, Botafogo de Futebol e Regatas e Cruzeiro Esporte Clube, sendo um retrato analisado a partir de um recorte de um até dois anos antes, e até dois anos depois da transformação em sociedade anônima do futebol, de 2021 a 2024. Verificar-se também que o modelo SAF não é solução, haja vista que a diversificação dos clubes analisados mostrou essa afirmação, pois apenas 2 dos times citados acima, obtiveram sucesso esportivo ao longo dos anos, afinal, a SAF melhora a estrutura financeira, mas não resolve por si só, apenas oferece uma base operacional mais sustentável e profissional para o trabalho no médio e longo prazo. Portanto, se faz necessário uma análise mais profunda diante dos números apresentados antes, durante, e depois da transformação para a sociedade anônima do futebol. Nesta pesquisa foram utilizados indicadores de liquidez, indicadores de lucratividade E além deles, foram calculados também os retornos sobre os ativos, assim como os retornos sobre o patrimônio líquido o EBITDA. A análise dos indicadores aplicados ao longo do período 2020 a 2024 revelou padrões comuns: clubes em colapso no modelo associativo apresentaram melhorias significativas nos índices de liquidez após a constituição da SAF, refletindo a reorganização das obrigações e a entrada de novos aportes. Contudo, a rentabilidade expressa por margens operacionais, ROE, ROA e EBITDA continuou instável em muitos casos, sugerindo que os ganhos estruturais ainda não se converteram em desempenho financeiro e esportivo recorrente e sustentável.