Educação e serviço social: um estudo sobre o exercício profissional do/a assistente social nos programas de assistência estudantil das universidades federais de Pernambuco

Abstract

Esta pesquisa buscou desvelar as demandas institucionais e as respostas profissionais mobilizadas pelos/as assistentes sociais nos programas de assistência estudantil das universidades federais de Pernambuco (UFPE, UFRPE e UNIVASF). Para tanto, foi feita uma pesquisa de natureza qualitativa, enfocando o contexto da contrarreforma universitária, em sua nova fase, iniciada no início do século XXI. Esse estudo pretende responder à seguinte questão: como os/as assistentes sociais inseridos nos programas de assistência estudantil estão respondendo às demandas institucionais, tendo em vista que essas demandas expressam um projeto de educação divergente daquele defendido pelas entidades representativas da categoria, especialmente, o conjunto CFESS/CRESS. A nossa hipótese de trabalho apontou que a intervenção do Serviço Social, nesse espaço sócio-ocupacional, é atravessada pela lógica produtivista, a qual demanda o desempenho de atividades imediatistas. No desenvolvimento desse estudo, buscamos apreender as principais determinações para a ampliação da contratação de assistentes sociais para os programas de assistência estudantil. Nesse sentido, realizamos uma análise bibliográfica referente à atual configuração das políticas sociais e, particularmente, do ensino superior e foi visto também o debate promovido pelo conjunto CFESS/CRESS em torno do trabalho dos/as assistentes sociais nas instituições de ensino. Além disso, foi realizada uma pesquisa de campo junto aos profissionais de Serviço Social que atuam na assistência estudantil nas universidades federais de Pernambuco. Como resultados, foi identificado que a inserção dos/as assistentes sociais no ensino superior está relacionada com a tendência de seletividade e focalização que marca os programas de assistência estudantil, que as demandas institucionais são caracterizadas por ações imediatistas e que esses/as profissionais não têm conseguido ultrapassar as requisições institucionais.