Análise das possíveis interações farmacológicas e nutricionais em pacientes geriátricos do Hospital das Clínicas, UFPE

Abstract

Em função das morbidades crônicas existente na população idosa o consumo elevado de medicamentos se constitui como um fator de risco para a ocorrência de possíveis interações. Os nutrientes presentes em uma dieta podem afetar as condições necessárias para que o medicamento produza o efeito desejado. Da mesma forma, o medicamento pode interferir na absorção de alguns nutrientes ou, até mesmo, no efeito de outro fármaco. Objetivo: Avaliar possíveis interações farmacológicas e entre drogas/nutrientes em pacientes geriátricos internados no Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de Pernambuco. Método: Os dados foram coletados por meio de consultas a prontuários de 20 idosos (≥ 60 anos) para identificação das interações que poderiam ocorrer pela associação droga/droga e droga/nutriente. Resultados: O sexo predominante foi o masculino (55%), a média de idade foi de 75,05±10,17 anos e a doença mais frequente foi a HAS (45%). Dos medicamentos prescritos os mais frequentes foram 18 (30%) fármacos do sistema nervoso, 13 (21,67%) do sistema cardiovascular e 11 (18,33%) do aparelho digestivo e metabolismo. Foram identificados 145 tipos de interações medicamentosas potenciais, sendo que as mais frequentes foram entre heparina (droga do sistema cardiovascular) e rocefin (sistema imunológico), correspondendo a 3,45% de todas as ocorrências; e, entre a heparina e a prednisona (sistema músculo esquelético) que foi de 2,76%. Também foram identificadas 147 possíveis interações entre nutrientes e medicamentos, sendo 24 (16,33%) com a aspirina (droga do sistema músculo-esquelético) e 21 (14,29%) com o omeprazol (droga do parelho digestivo e metabolismo), representando as maiores frequências de possíveis interações entre as classes farmacológicas investigadas. Conclusões: Observou-se uma elevada frequência de possíveis interações. As interações droga/droga ou droga/nutriente podem ocasionar eventos adversos de diferentes proporções. Neste caso, trata-se de eventos que poderiam ser evitados. Acredita-se que conhecimento seja a chave para mitigação de eventos adversos relacionados à administração de medicamentos. Uma política institucional voltada para o gerenciamento de risco e segurança do paciente é essencial para difusão do conhecimento, fortalecimento de atitudes positivas e desenvolvimento de habilidades específicas, no que se refere à redução das interações medicamentosas.