As compreensões dos gestores de um município do interior de Pernambuco acerca da integralidade nas práticas de saúde

Abstract

O Sistema único de Saúde (SUS) é respaldado em três principais diretrizes: universalidade, equidade e integralidade. A Integralidade, segundo a constituição federal Brasileira, é a prestação articulada e continuada de serviços de promoção, prevenção, tratamento e recuperação. No mais, alguns autores afirmam que a integralidade pouco avançou em questões práticas, existindo múltiplas interpretações a respeito de um mesmo conteúdo e esse fenômeno poderia estar comprometendo as ações em saúde. O presente estudo teve por finalidade analisar as concepções dos Gestores da secretaria de saúde de um município do interior de Pernambuco acerca da integralidade nas práticas em saúde. A investigação em questão trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo descritivo-exploratória que permitirá compreender sentidos por intermédio da análise de conteúdo. A técnica designada à produção de dados foi entrevista individual com roteiro semiestruturado com quatro questões norteadoras. As compreensões dos Gestores apontam à polissemia do termo integralidade. Podem-se encontrar conceituações mais amplas que entendem a integralidade em uma composição biopsicossocial e outras mais restritas, compreendendo a diretriz como um jogo de oferta e ações de serviços baseados na queixa-conduta. Os desafios elencados acerca do não avanço da integralidade se dão numa conjuntura pertencente à formação dos profissionais em saúde enquanto sujeitos, condições de trabalho e cenário macropolítco. A questão de ser integral nas práticas em saúde, não implica somente em uma perspectiva acadêmica, porém não se deve excluir essa dimensão. A integralidade aparenta ser mais que uma disciplina, é uma forma de enxergar e se posicionar no mundo. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam (re)orientar docentes, discentes e profissionais da saúde na reflexão dos significados e construção da integralidade em saúde. Cabe relacionar que a consolidação desse princípio norteador do SUS pode colaborar com o enfrentamento do modelo biomédico hegemônico, tecnicista e reducionista. Além disso, aciona uma nova configuração do fazer na atenção à saúde.