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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29596
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Título: | Visões do capitalismo: conflito e transformação no campo intelectual das teorias da dependência |
Autor(es): | SANTIAGO, Ricardo Luiz de Lyra |
Palavras-chave: | Sociologia; Sociologia política; Intelectuais; Desenvolvimentismo; Desenvolvimento; Teoria da dependência |
Data do documento: | 13-Dez-2017 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Abstract: | A pesquisa feita partiu de uma pergunta central: Como se constituem, evoluem e transformam as visões teóricas acerca do capitalismo periférico e a que fatores se devem os momentos de transformação e rupturas? Usando uma farta documentação, O estudo se concentrou nas três versões das teorias da dependência que mais destaque receberam na comunidade de pesquisadores latino-americanos e nos centros fora da América Latina. Assim, inspirado na visão de Bresser Pereira, as três versões são as seguintes: a da “superexploração capitalista”, “da dependência-associada” e da “contradição nacional-dependente”. Para que fique claro, a visão da superexploração refere-se a André Gunder Frank, Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e Vânia Bambirra; a versão da “dependência-associada” é sustentada pelos trabalhos de Cardoso e Faletto; a última está vinculada aos nomes Celso Furtado e Oswaldo Sunkel. A pesquisa lida com a intelectualidade que foi protagonista durante as décadas dos 50 e 60, do Século passado, propondo explicações e ações acerca da problemática do desenvolvimento e destino do capitalismo, no Brasil e na América Latina. Pode ser classificada como uma sociologia dos intelectuais. Embora o foco seja as teorias da dependência, argumento que para entender o processo de constituição desse campo é preciso analisar o fenômeno do desenvolvimentismo e as teorias que lhe deram sustentação, especialmente a matriz Cepalina. O modelo teórico fornecido por Pierre Bourdieu nos ajuda a pensar esse movimento histórico, enfatizando as convergências, mas principalmente os conflitos que subjazem à própria constituição do campo. Argumentei que a produção dessa intelectualidade se caracterizava, por um lado, por questionar a pretensão de universalidade das teorias produzidas nos grandes centros, teorias essas que tentavam explicar a nossa condição econômica de penúria e como superá-la. Por outro lado, em função dessa crítica, a teorização realizada caminhou para a busca do específico, daquilo que nos é singular, rejeitando o postulado de que a nossa história se desenrolaria tal qual a história europeia. A esse processo de busca do específico e de teorização crítica denominei de antropofagia teórica, ou seja, à atitude não xenofóbica e crítica e ao processo de tentativa de teorização a partir da realidade latino-americana. Argumentei, também, que essa teorização tinha como uma de suas características propostas para ação. Explicação e ação andam juntas. São exemplos dessa característica a teorização desenvolvimentista da CEPAL e as teorias da dependência. Enfatizei A luta por hegemonia dentro do campo dependentista entre a corrente “radical” representada pelo grupo de Brasília e a visão reformista, representada por Faletto e Cardoso, mais concentrada na figura de Cardoso, é bastante intensa. A visão de Fernando Henrique Cardoso foi capaz de hegemonizar o campo até recentemente. Essa hegemonia se deve menos a uma plausibilidade teórica e mais a um acesso a recursos simbólicos e financeiros. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29596 |
Aparece nas coleções: | Teses de Doutorado - Sociologia |
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