Avaliação in vitro da atividade citotóxica e antioxidante de extratos de fungos isolados de esponjas marinhas

Abstract

Os micro-organismos marinhos se tornaram uma importante fonte de compostos biologicamente ativos, sendo os fungos de grande interesse biotecnológico nos processos fermentativos que envolvem a produção de metabólitos secundários de relevância para a humanidade. Sendo assim, o estudo teve como finalidade isolar os fungos que vivem associados a esponjas marinhas na praia de Porto de Galinhas, PE, Brasil, e testar seu potencial citotóxico e antioxidante. Foram utilizados quatro meios de cultura para o isolamento dos fungos (TUBAKI, Extrato de Malte-ágar, Batata-dextrose-ágar e Ágar Sabouraud). Após isolamento e purificação, os fungos foram cultivados em meio líquido para obtenção do extrato bruto micelial, extraído com o solvente metanol. As esponjas coletadas foram: Chondrosia sp. 1, Chondrosia sp. 2, Cliona varians, Tedania ignis, Haliclona implexiformis, Cinachyrella apion, Chondrosia collectrix e Cladocroce caelum. Foram obtidos 46 isolados de fungos em seis gêneros, sendo: Aspergillus sp., Penicillium sp., Eupenicillium sp., Trichoderma sp., Acremonium sp. e Syncephalastrum sp. Dois extratos brutos desses fungos apresentaram atividade citotóxica para a linhagem de célula normal testada (macrófagos murinos J774), com porcentagens de inibição de 85 e 72%, respectivamente. Dez extratos metanólicos apresentaram atividade antioxidante significativa, sendo que dois extratos da espécie Aspergillus japonicus, EP3.6 e EP4.6, apresentaram os melhores valores de eliminação de radicais DPPH de 76,03 e 60,33%, respectivamente. Os mesmos extratos apresentaram compostos fenólicos em suas estruturas moleculares, evidenciando assim seu potencial antioxidante, porém baixo poder de redução do íon férrico. Esses resultados são promissores para aplicação dos metabólitos brutos de extratos miceliais dos fungos isolados de esponjas como drogas naturais.