Consumo de Zinco por adolescentes em fase puberal: associação com Hemoglobina glicada

Abstract

O presente estudo objetivou associar o consumo de zinco com a hemoglobina glicada (HbA1c) de adolescentes em fase puberal residentes em Recife/Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal, vinculada ao projeto de âmbito nacional “Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes”- ERICA. Para essa casuística, foram avaliados 1075 adolescentes de 12 a 17 anos, regularmente matriculados no turno da manhã de escolas públicas e privadas de Recife/PE. Para avaliação do estado nutricional dos adolescentes foram coletadas medidas de peso e altura, por avaliadores previamente treinados e utilizou-se o indicador IMC/Idade segundo o sexo para o diagnóstico do excesso de peso. Todas as variáveis independentes foram referidas pelos adolescentes através da aplicação de um questionário englobando perguntas referentes a dados demográficos, socioeconômicos e do estilo de vida dos adolescentes. Foram analisados os níveis de HbA1c, onde valores iguais ou maiores do que 5,7% foram classificados como HbA1c alterada. O consumo alimentar foi adquirido por meio da aplicação face a face de um único Recordatório de 24 horas (R24hs), sendo consideradas as medianas (P50) do consumo de zinco como variável principal. A amostra final foi representativa para 99.221 pessoas, sendo 50,4% do sexo masculino, onde 29,2% encontravam-se acima do peso recomendado segundo o IMC. No que se refere aos níveis da HbA1c, 16,7% do total de jovens apresentaram alterações nas concentrações do parâmetro, onde 11,3% daqueles sem excesso de peso encontravam-se com a Hb1Ac em níveis não desejáveis, enquanto 5,4% dos adolescentes com excesso de peso mantinham essa mesma alteração (p=0,4962). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre o consumo de zinco e os níveis de HbA1c. Com base no exposto, o consumo de zinco não se associou com a HbA1c nos adolescentes avaliados. Salienta-se o percentual importante de jovens com alterações nas dosagens do parâmetro glicêmico e com excesso de peso. A condução dessa pesquisa permite a implantação de estratégias que incentivem a promoção de saúde desse grupo populacional, estimulando a manutenção do peso e a condução de hábitos alimentares adequados desde fases precoces da vida.