Histórias de (des)amor e swing : sobre processos de subjetivação e suas implicações na saúde sexual de mulheres na troca de casais

Abstract

Entre os enredos de histórias de vida de três mulheres e suas experiências afetivosexuais na prática erótica do swing, a troca de casais, esta tese se baseia na prerrogativa de que seus processos de subjetivação repercutem na produção de saúde sexual dessas mulheres. Parti de uma compreensão crítica no estudo sobre gênero e sexualidades, considerando que os processos a eles inerentes são parte de uma trama social e discursivamente constituída onde se desvelam relações de poder/saber. Através de entrevistas/conversas com Camila, Amanda e Nina, as personagens-protagonistas do estudo; do resgate de seus registros pessoais; e de notas de campo etnográficas escritas por mim entre os anos de 2012 a 2019, foi possível reconstruir essas trajetórias sexuais e compreendê-las, analiticamente, através de uma perspectiva foucaulteana. Os resultados apontam, em primeira ordem, que os marcadores sociais da diferença – especificamente quando tratamos de sexualidade, classe social, religiosidade e território - se interrelacionam com as performatividades de gênero assumidas. Por um lado, as pressões sociais,capilarmente presentes nas construções discursivas sobre si mesmas, vulnerabilizam-nas no tocante à vivência de seus desejos e de suas conjugalidades, e as marcam em termos de sofrimento psíquico. Por outro, feminismo, movimentos de resistência e contraconduta marcam também suas trajetórias e possibilitam que elas constituam-se como sujeitos sexuais de direitos. A partir de suas histórias, macropoliticamente, busquei avançar na compreensão e garantia de direitos e saúde sexual de mulheres, com vistas na igualdade de gênero e no exercício pleno das suas sexualidades.