Saúde emocional e física no ambiente acadêmico: a percepção dos discentes do curso de Licenciatura em Química de uma instituição do agreste pernambucano.

Abstract

A educação é essencial para o desenvolvimento do ser humano. O espaço escolar é um dos ambientes propícios para que algumas habilidades sejam desenvolvidas, como as sociais, comportamentais, cognitivas e emocionais, além de todo o processo de ensino-aprendizagem. Porém, para que este processo ocorra, é preciso levar em consideração a influência de vários fatores, como por exemplo: a metodologia e qualificação do professor e sua relação com os educandos. Outros fatores vão além da dimensão escolar, tais como o meio social em que o aluno está inserido, o momento pelo qual está passando, seu estado emocional e físico. Tendo o professor uma relação humanizada com seus alunos, este será capaz de agir como um tutor de resiliência, ou seja, uma pessoa que auxiliará o educando a conseguir desenvolver sua capacidade de superar as adversidades. Uma das consequências de prejuízos na saúde emocional dos estudantes é o surgimento da Síndrome de Burnout que, apesar de inicialmente ter sido relacionada apenas com o trabalho, atualmente é considerada como uma síndrome que pode acometer também estudantes universitários. O objetivo deste trabalho foi compreender a percepção dos alunos do Curso de Licenciatura em Química, de uma Instituição Pública de Ensino Superior, sobre a influência do ambiente acadêmico em sua saúde física e emocional. Para isto, foi realizada uma entrevista estruturada, utilizando um questionário como instrumento de coleta de dados, em todos os períodos do Curso de Química, obtendo a adesão de 176 participantes. Os resultados mostraram que os estudantes possuem altos índices de Exaustão Emocional, porém índices mais baixos de Ineficácia e Descrença, o que não constitui indícios do desenvolvimento da Síndrome de Burnout na Universidade. Em relação à Resiliência, constatou-se que os alunos do referido Curso possuem, no mínimo, Resiliência Média-Alta, resultado considerado satisfatório, pois pessoas altamente resilientes conseguem se adaptar melhor às mudanças e superar as adversidades. Porém, é importante mencionar a necessidade de implementar ações na Universidade de enfrentamento à Síndrome e fortalecimento da Resiliência, pois, mesmo que em quantidades menores, alguns alunos mostraram estar em uma etapa evolutiva da Síndrome maior que outros.