Aprender a desaprender e a reaprender a cada passo: um estudo sobre as representações da cultura indígena na Coleção Didática Girassol – saberes e fazeres do campo aprovada pelo PNLD/Campo 2013.

Abstract

Este trabalho versa sobre a representação da Cultura Indígena nos livros didáticos do PNLD Campo 2013. Elegemos como objetivo geral: Compreender como a Cultura Indígena vem sendo traduzida através das iconografias nos Livros Didáticos da Educação do Campo. Como objetivos específicos: a) identificar e caracterizar os elementos da Cultura Indígena nas iconografias que constituem os livros didáticos que compõem a coleção didática pesquisada; b) identificar os sentidos destes elementos nos livros didáticos que constituem a coleção didática investigada; c) analisar como a Cultura Indígena vem sendo traduzida nos Livros Didáticos da Educação do Campo. A Abordagem Teórico-Metodológica são os Estudos Pós-coloniais Latino-americanos (QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2008; WALSH, 2007). Como categorias teóricas fizemos uso de: Cultura (BHABHA, 1998; CASTILLO; MALLET, 1997; FANON, 1968; FORQUIN, 1993; HALL, 2003); Culturas dos Povos Indígenas (BANIWA, 2006; JESUS, 2013; SILVA, 2013); Currículo (LOPES, 2004; MOREIRA; SILVA, 2008; SACRISTÁN, 2000; SILVA, 2000) e Livros Didáticos (BONAFÉ; RODÍGUEZ, 2013; FERREIRA, 2013; MOREIRA; MARTINS, 2015; PESAVENTO; 2004). O referente marco teórico nos possibilita questionarmos as amarrar coloniais impostas historicamente aos povos e culturas indígenas, os alocando enquanto inferiores, que são retratados / reforçados nos Livros Didáticos. Metodologicamente esse trabalho se estrutura em uma Pesquisa Documental (OLIVEIRA, 2007). Como fonte de pesquisa utilizamos a Coleção Girassol- Saberes e Fazeres do Campo que foi aprovado e selecionado pelo Programa Nacional do Livro Didático para as Escolas do Campo (PNLD-CAMPO/2013). Para tratar os dados utilizamos a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 1977, VALA, 1999) que se efetivou em três fases: 1) pré-análise; 2) exploração do material e; 3) tratamento e inferências. A primeira se realiza na retomada dos objetivos da pesquisa e pela seleção do material de investigação, ou seja, a Coleção Girassol- Saberes e Fazeres do Campo. A segunda fase corresponde à exploração dos livros didáticos. Esse procedimento diz respeito à codificação dos dados, transformando os dados brutos em núcleos de compreensão. A terceira fase do procedimento é o tratamento dos resultados e inferência. Essa fase trata da construção de uma rede de sentidos/ significados em torno da temática em questão. A partir das analises das iconografias que constituem os Livros Didáticos da Coleção Girassol- Saberes e Fazeres do Campo é possível reconhecermos que esses textos curriculares identitários são construídos no contexto conflitivo da Diferença Colonial. No entanto, é necessário pontuarmos que os sentidos das Culturas Indígenas coexistem assimetricamente entre Colonialidade/Interculturalidade Funcional e Decolonializade/Interculturalidade Crítica, pois identificamos uma forte tendência no reforço do silenciamento/ inferiorização dos povos indígenas e suas culturas como quando são tratados de formas homogenias, estereotipadas e folcorizadas nos Livros Didáticos.